Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 16 - abril de 2019

ABCIC EM AÇÃO 1

Abcic Networking III apresentou perspectivas econômicas para 2019

Encontro de associados da Abcic promoveu análises e debates sobre cenários econômicos

Durante o ano passado, a ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada em Concreto), promoveu duas edições do Abcic Networking, evento destinado a promover a divulgação de dados e informações por meio de palestrantes convidados em temas de interesse na agenda do setor e promover o networking entre os associados da entidade.
 Assim como em 2018, a primeira edição do Abcic Networking deste ano apresentou projeções de cenários econômicos que devem influenciar o setor da construção civil. Para isso, a economista da Fundação Getulio Vargas e colunista da revista Industrializar em Concreto, Ana Maria Castelo, foi convidada para apresentar as suas considerações sobre o assunto.    
A engenheira Íria Doniak, presidente executiva da entidade, destacou o sucesso dos encontros Abcic Networking e a importância em se promover debates em temas de interesse para o desenvolvimento do ambiente associativo e das empresas. “Já realizamos o primeiro encontro em janeiro, visando à abertura de nossas atividades para o ano de 2019 e trazendo informações que possam apoiar as empresas continuamente em suas decisões técnicas e de desenvolvimento, em especial, neste momento de mudanças e transformações pelas quais passa os cenários da economia”. 
As projeções compartilhadas por Ana Castelo, embasadas em recentes estudos de diferentes associações do setor e institutos de pesquisa, apontam para o fim da crise iniciada em 2014. Os sinais mais evidentes da retomada são o registro da inflação abaixo da meta, queda dos juros e geração de empregos. Por sua vez, os índices de confiança, empresarial e do consumidor, atingiram em dezembro de 2018 pela primeira vez os níveis pré-recessão de 2014-2016; também foi registrada subida da confiança em todos os segmentos empresariais, inclusive o da construção.     
Para a cadeia da construção, a melhora iniciada em 2018 deve continuar em 2019 com a manutenção da produção física de insumos e de produtos de cimento. Ana inclusive classificou 2018 como o ano da 'despiora', o que acabou favorecendo as expectativas para 2019; nesse sentido, destacou a melhora do mercado e do crédito imobiliário, redução das demissões e o fato de que as eleições impulsionaram obras. Ainda sobre o legado de 2018, o indicador que capta a percepção em relação à carteira de contratos subiu 6,6 pontos em janeiro de 2019 para o total do setor, com destaque para o segmento de edificações (alta de 9,9 pontos) e infraestrutura (alta de 3,7 pontos).   

A economista da FGV também abordou o Boletim Focus, que projetou cenários de 2019 até 2022. As expectativas são boas, com queda da inflação para os próximos anos, manutenção da taxa de juros, assim como do PIB, que deve manter-se em 2,50% positivos no período projetado. Em relação à infraestrutura, o estudo apresentado durante o Abcic Networking indicou um cenário promissor, pois são esperados leilões de 23 projetos durante o primeiro semestre, com previsão de investimento de R$ 6,9 bilhões. Apesar dos dados apresentados, Ana alertou sobre as necessidades das reformas macroeconômicas, em especial a da previdência e tributária, fundamentais para que as perspectivas apontadas pelos índices possam de fato se consolidar.
Após a apresentação, Ana Castelo respondeu algumas perguntas de associados presentes. Murilo Cassol, membro do Conselho Estratégico da Abcic, questionou sobre o atual cenário da economia mundial e como isso afeta o Brasil. As medidas protecionistas empregadas pelos Estados Unidos e as inseguranças acerca da Europa, segundo a economista, de fato geram dúvidas sobre o futuro, mas não é esperada uma crise profunda no cenário mundial, e sim uma desaceleração, principalmente nos países europeus. "Acredito que o Brasil tem todas as condições de continuar na trajetória da recuperação, aumentando ou pelo menos mantendo o crescimento do PIB", completou Ana.
Em seguida, o PIB voltou a ser abordado, dessa vez por João Carlos Leonardi, suplente do Conselho Fiscal da Abcic. Ele chamou atenção para o fato de que o PIB do setor da construção cresce em ritmo mais lento se comparado a outros setores e perguntou se isso deve ser motivo de preocupação. Segundo a economista da FGV, isso acontece por causa do ritmo característico do setor da construção, em que empreendimentos têm um grande período de desenvolvimento, e exemplificou com o novo ciclo de obras de infraestrutura, naturalmente longo; porém, a demanda já começou com as novas exigências do mercado imobiliário, lembrou a economista. 
Nesse sentido, Ana Castelo também citou a influência de questões fiscais, diferente entre cada estado da união. "Por isso, a realização das reformas é importante, pois possibilita um horizonte de confiança em todos os setores da economia e estimula a melhora o ambiente de negócios, já iniciada no setor da construção com o aumento de registros de contratos", concluiu a palestrante. 

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