GIRO RÁPIDO
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e a Fundação Getulio Vargas (FGV), com o apoio do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), realizaram o estudo "Análise das Necessidades Habitacionais e suas Tendências para os Próximos Dez Anos". De acordo com o levantamento, 11,982 milhões de moradias precisam ser construídas até 2027 para eliminar o déficit habitacional no Brasil, estimado em 7,77 milhões de unidades, classificadas entre habitações precárias, coabitação familiar e adensamento excessivo, ou seja, cômodos cedidos ou alugados e impropriamente ocupados como domicílios. O número de 7,77 milhões correspondente ao déficit habitacional é o recorde de uma série histórica iniciada em 2007.
A conclusão do estudo indicou um gap de produtividade da construção civil brasileira, seja com relação à média nacional ou em comparação ao setor de outros países, existindo grande espaço para ganhos de produtividade que resultem no barateamento de imóveis. O aumento de desempenho da produção também contribui para garantir o atendimento amplo das necessidades habitacionais em todos os níveis de renda familiar.
O documento ainda relacionou a demanda habitacional com a melhora do cenário macroeconômico e maior distribuição de renda. Dessa maneira, a pressão por políticas públicas voltadas ao atendimento das necessidades habitacionais das famílias mais pobres será tão mais intensa quanto mais lento for o crescimento da renda agregada (PIB) na economia.
O estudo da Abrainc também calculou a demanda adicional por novas habitações: no cenário pessimista há migração expressiva para a faixa de renda mais baixa em detrimento dos estratos mais ricos. Com isso, a demanda por novos domicílios com renda de até um salário mínimo ganha amplo destaque, correspondente a 5,1 milhões de unidades (510 mil por ano), o equivalente a mais de 56% da demanda total no período de projeção. No cenário base representado no estudo, a faixa com maior demanda está situada entre 1 e 3 salários mínimos, respondendo por quase 4 milhões de unidades demandadas (400 mil por ano).
Por fim, o cenário otimista acredita em maior distribuição de renda nos próximos 10 anos e o destaque na projeção passa a ser a faixa entre 3 e 5 salários mínimos, o que demandaria 6,6 milhões de novas unidades (660 mil por ano em média) ou 73% da demanda total.
Foto: Divulgação do estudo ocorreu, em outubro, na sede do Sinduscon-SP