ESPAÇO EMPRESARIAL
O setor de pré-fabricados de concreto tem boas perspectivas em 2022, mesmo diante dos efeitos da pandemia e, mais recentemente, da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Esses dois eventos abalam fortemente a economia global, com impactos diretos às atividades econômicas, como a área da construção.
Um dos motivos pelo cenário positivo é porque a pré-fabricação de concreto é um sistema construtivo que vem sendo cada vez mais utilizado em diferentes tipos de projetos e, também, nas edificações, por seus benefícios frente aos métodos convencionais.
Outra questão que embasa esse panorama foi o bom ano de 2021. Para a Prémil, foi um período de abertura de novos mercados no Rio Grande do Sul, com prospecção de clientes de outros segmentos, que antes não eram explorados. Em nossa região, houve um aquecimento significativo no mercado, por dois fatores: a safra recorde do agronegócio, que injetou valores elevados na economia local; e os recursos ofertados pós-Covid19 para outros diversos setores da economia. O aumento das vendas não foi mais significativo em decorrência da crise de abastecimento de matérias-primas e insumos essenciais para a pré-fabricação de concreto, especialmente, no primeiro semestre do ano passado.
A construção industrializada em concreto em nossa região está ligada às obras do agronegócio, comerciais e industriais. No caso da Prémil, também fornecemos estruturas, como lajes e vigas em concreto protendido aos pré-fabricadores locais que não possuem essa tecnologia. Pelo Rio Grande do Sul ser um estado pujante no agronegócio, as obras rurais contribuem para o negócio, mas ainda é uma atividade que não absorve grandes tecnologias. Desse modo, tem sido fundamental a abertura de novos mercados com projetos mais ousados, que possibilitem a evolução tecnológica e o uso de técnicas mais avançadas.
Atualmente, o mercado está mais exigente e demanda dos pré-fabricadores, as soluções que atendam não apenas a qualidade estrutural da obra, mas também a estética, a racionalização do tempo, a mão de obra, o desperdício e a confiabilidade do sistema construtivo. Outro item importante é a sustentabilidade, tanto do ponto de vista ambiental, como da busca por atualizações de processos como foco em produtividade, mais eficiência e redução de consumo de recursos naturais e materiais e da geração de resíduos.
Por ser um processo industrial, confinado em espaços específicos, a pré-fabricação de concreto propicia o recolhimento de águas pluviais a serem utilizados na produção de concreto; o uso de energias renováveis, como a solar-fotovoltaica; e o uso de técnicas, como a reutilização de formas, aplicando índices de consumo de madeiras para formas e escoramentos muito baixos.
É importante lembrar ainda que a construção industrializada de concreto não é apenas um produto, mas uma solução de engenharia, ao fornecer, sim, as estruturas de concreto, mas também a “pele da obra”, como o fechamento de paredes e elementos arquitetônicos, por exemplo. Por ser um sistema construtivo com inúmeros benefícios para o mercado e para as sociedades, poderia ser mais explorado nas universidades brasileiras, como uma disciplina em cursos de Engenharia Civil.
Nesse sentido, tem sido fundamental o papel da ABCIC, por formalizar nossa atividade perante a sociedade, sempre atenta as demandas do setor, representando os interesses técnicos, econômicos e sociais de seus associados. A entidade tem programas que possibilitam apresentar novas tecnologias e tendências, por meio dos eventos de conteúdo e das Missões Técnicas. Outra relevante ação é o Selo de Excelência da Abcic, que precisa, certamente, ser difundido ainda mais, pois é uma referência que certifica a qualidade e outros parâmetros de nossa indústria para o mercado.