Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 20 - outubro de 2020

ESPAÇO EMPRESARIAL

Boas perspectivas para o setor de pré-fabricado de concreto

O setor de pré-fabricado de concreto vem de um grande ciclo recessivo, cujas feridas ainda não foram cicatrizadas. Mesmo assim, durante a pandemia do novo coronavírus, o setor foi pouco afetado em termos de demanda. Por outro lado, a questão dos insumos mostrou-se preocupante e demandante de ajustes na estratégia de aquisição desses bens, a fim de manter a produção sem interrupções.
Contudo, as perspectivas são boas, com uma demanda reprimida gerada pela postergação de investimentos. Nosso setor será positivamente afetado quando o cenário econômico se mostrar um pouco mais estável. A queda das taxas de juros no mercado atual também impacta sobremodo nosso segmento, pois afeta fortemente as decisões de investimento pelos agentes do mercado.
Nesse sentido, uma área promissora é o mercado imobiliário. Sem dúvida que para unidades uni-habitacionais de interesse social, esse horizonte já está configurado, pois a tecnologia já é plenamente realizável e, em muitos aspectos, já sacramentada.
Um fator relevante nesse segmento é a possibilidade de escala, para tanto o mercado necessita de recursos e de um horizonte de ação mais substantivo. Além disso, para expandirmos nossa atuação é preciso estar atento aos requisitos de natureza arquitetônica e de qualidade. E, isso pode significar a mobilização de investimentos robustos em nossas fábricas para atender todos esses aspectos. Porém, se eles forem realidade não temos dúvida que representa importante mercado para nossos produtos. 
Desse modo, um aliado de nosso setor é a tecnologia. As tendências no uso de novos materiais induzirão as mudanças nas tipologias das estruturas pré-fabricadas em particular e na construção civil em geral. O emprego de concreto de altíssimo desempenho (UHPC), por exemplo, impactará em novas formas dos elementos estruturais e também os painéis arquitetônicos passarão a ser tratados com novo conceito, incorporando arte e causando deslumbramento.
O emprego de fibras incorporará mudança na reologia do concreto e demandará mudanças na forma de armar e produzir as estruturas. As fibras de carbono também são promissoras pois poderão compor interessantes soluções nas ligações semirrígidas, além de novos horizontes nas formas estruturais.
Outro parceiro importante é a academia, sendo o NetPré o resultado mais alvissareiro desses últimos trinta anos. A aproximação da engenharia civil da UFSCar e dos fabricantes associados da ABCIC proporciona uma infraestrutura física e intelectual com massa crítica para o alinhamento dos interesses de todos os envolvidos. Os resultados vislumbrados dessa integração são muito substantivos, sobretudo no apoio ao desenvolvimento de novas tipologias construtivas.
Entretanto, podemos ampliar essa integração entre o meio técnico e a academia, afinal possuímos muitos trabalhos acadêmicos de excelente nível de qualidade, comparável a qualquer centro de tecnologia no mundo, mas ainda não conseguimos incorporar todos esses conteúdos nas nossas cadeias produtivas.
Por fim, a Abcic é outro apoio imprescindível no nosso setor. A entidade atravessou esse ambiente econômico complexo mostrando-se resiliente, ampliando sua base de membros e propiciou a difusão de valores relativos à qualidade e também a inovação tecnológica em nossa indústria. As incursões da ABCIC nos fóruns internacionais visando a troca de experiências e tecnologias inspiram a indústria nacional e fortalecem as esperanças de transformação em nosso meio. 

Noé Marcos Neto
Sócio Diretor da Marka

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