GIRO RÁPIDO
Após a reunião da comissão 10 da fib (Federação Internacional do Concreto), realizada em Lausanne, em abril deste ano, o professor Fernando Stucchi, que representa a América latina neste grupo, convocou profissionais brasileiros ligados às entidades que integram o grupo nacional brasileiro – ABCIC, ABECE e IBRACON – visando apresentar o que vem sendo discutido e gerar um debate sobre aspectos que são relevantes e que possuem interface com as normas nacionais.
A reunião foi realizada na sede da ABECE, no dia 4 de Julho. A ABCIC foi representada pela engenheira Íria Doniak, presidente executiva, e por Marcelo Cuadrado, diretor técnico da entidade. O NETPRE também esteve presente representado pelo engenheiro Artur Lima Rocha.
Uma das questões debatidas durante a reunião foi o reforço e a reabilitação de obras existentes. “Esse tema é essencial para nosso país, que possui estruturas antigas, porém ainda muito boas, porque foram bem construídas, sendo mais flexíveis para realizar algum tipo de reabilitação”, conta Stucchi, que complementa que as normas técnicas nacionais estão caminhando para diferenciar o trabalho com uma estrutura mais antiga de um novo projeto. “Eles não podem ser vistos da mesma forma, uma vez que a construção que já está em uso tem uma história que precisa ser levada em conta para o caso de realizar uma reabilitação”.
Segundo Stucchi, essa participação efetiva de engenheiros brasileiros em discussões internacionais é importante para motivar toda a cadeia produtiva. “Um aspecto fundamental é que o Brasil é um mercado estratégico, porque as nossas construções são esbeltas e sempre foram feitas com um cronograma desafiador, de modo racional e enxuto. Isso é interessante do ponto de vista de engenharia. Além disso, há a questão econômica, já que o Brasil é uma das principais economias mundiais”, explica.
Sobre o Model Code 2020, outras reuniões da comissão 10 estão previstas ainda neste ano e para o próximo ano. “Ainda há muitos assuntos a serem debatidos. Nosso objetivo é preparar materiais contando a experiência de profissionais brasileiros para contribuir com essa discussão”, finaliza Stucchi.
A fib é uma organização internacional presente em 45 países, todos representados no desenvolvimento do Código Modelo. “Embora seja referência para o desenvolvimento e aprimoramento contínuo das normas Europeias (Eurocódigos), tem um potencial importante de contemplar o pensamento dos países integrantes e também de promover debates como esse, que realizamos aqui no Brasil, em todo o mundo. Isso é fundamental, pois ao mesmo tempo em que é um código inclusivo, possibilitando que cada país traga as suas demandas para serem discutidas, faz com que continuamente estejamos debatendo também internamente questões relevantes que nos auxiliam na normalização brasileira”, diz Íria. “Estas reuniões organizadas pelo professor Stucchi são importantes vetores de disseminação deste conteúdo, assim como a oportunidade de que nossas posições sejam representativas da comunidade técnica brasileira”.
As próximas reuniões de trabalho em que o Brasil estará representado acontecerão em outubro, antes do início do Congresso em Melbourne, e em Karlsruhe, em dezembro.