INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Tanto a indústria de estruturas pré-fabricadas de concreto como seus fornecedores tem se empenhado para oferecer soluções com alto nível tecnológico, por meio do investimento contínuo em inovação, objetivando atender as demandas crescentes do mercado
Pioneirismo tecnológico no Brasil
A incorporação de novas tecnologias faz parte da evolução das estruturas pré-fabricadas de concreto. E, essa certeza continuará pelos próximos quinze anos, segundo o Planejamento Estratégico da Abcic, desenvolvido em 2016, quando a entidade completou exatamente quinze anos de trajetória bem-sucedida.
"Atualmente, com a incorporação de avançadas tecnologias de concreto e de produção, o pré-fabricado amplia a sua presença para quase todos os segmentos da construção civil, incorporando conceitos de garantia da qualidade, de velocidade de construção e de previsibilidade de custos", analisou o consultor Gerson Ishikawa, que é professor adjunto do curso de Engenharia de Produção na UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
O Planejamento Estratégico da Abcic divide em quatro categorias as tecnologias que promovem o desenvolvimento do pré-fabricado de concreto: tecnologias de projeto e de gestão, de montagem, de fabricação e de concreto. Nestas, são destaque, respectivamente, o BIM, as técnicas avançadas para edifícios altos, avanços nas técnicas de produção e automação, e o concreto de ultra alto desempenho (UHPC). "A construção industrializada de concreto no Brasil não somente está apta a incorporar rapidamente as novas tecnologias, mas também tem competências para contribuir para o desenvolvimento internacional de pré-fabricados de concreto. E estas competências estão presentes ao longo de toda a cadeia de valor do pré-fabricado, dos engenheiros de estruturas até os fabricantes", complementou Ishikawa.
Seguindo essa tendência, o a indústria de pré-fabricado de concreto no Brasil começa a empregar o uso do concreto de ultra alto desempenho, que consiste basicamente na mistura de cimento de alta reatividade, sílica ativa, pó de quartzo, agregado miúdo, microfibras de aço ou orgânicas, aditivos superplastificante e água. Nessa mistura, a relação de água-cimento é de 0,15 a 0,20. São diversos benefícios apresentados por essa tecnologia em relação ao concreto convencional, entre os quais, estão à resistência à compressão até oito vezes superior e à flexão até dez vezes maior, e o peso pode variar de 50 kg a 75 kg por metro quadrado da espessura do painel utilizado.
Essa solução é inovadora no país e, por suas características, pode ser aplicada em tudo o que for de concreto com pouca espessura, como brises, painéis vazados, molduras, mobiliários urbanos, entre outros. Conforme depoimento de uma indústria em São Paulo que acompanhou o desenvolvimento da tecnologia em sua matriz no Canadá e já em 2018 terá disponível em sua fábrica no Brasil. Esse tipo de concreto pode viabilizar, por exemplo, o mercado de retrofit, já que as construções, principalmente, no Centro de São Paulo, precisam de uma modernização. O uso do concreto de ultra alto desempenho possibilita que as fundações e as estruturas das edificações sejam mais leves, gerando economia na obra.
Além do UHPC, a indústria também vem inovando na questão dos painéis pré-fabricados de concreto, que vem ganhando cada vez mais espaço na construção civil, em especial, nas obras residenciais e comerciais. Um deles é a produção de painéis com esquadrias, cujo objetivo é facilitar o trabalho em campo, diminuindo de forma significativa o tempo da montagem. Quando não há as esquadrias integradas, há a necessidade de enviar uma equipe especializada para fazer somente esse serviço em obra.
Durabex, concreto de alta performance desenvolvido no Canadá já estará disponível em São Paulo em 2018.