Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 2 - agosto de 2014

ESPAÇO EXECUTIVO

Com cautela, porém, sem pessimismo Somos parte importante da Solução

Uma daquelas histórias resgatadas no interior do Brasil e contada em palestras motivacionais combina bem com o momento atual do País, cuja economia passa por preocupante desaquecimento. Conta-se que um pasteleiro de beira de estrada tocava, há muito tempo, seu negócio, com o qual, aliás, criara os filhos. Sempre atento ao uso de boas matérias-primas na elaboração dos alimentos, ele mantinha limpeza impecável no seu estabelecimento, colocava placas anunciando seus produtos espalhadas dos dois lados da rodovia, distribuía folhetos aos viajantes para atrair novos fregueses e orientava seu único colaborador a prestar um atendimento cortês à freguesia. 
 Um dia, seu filho, formado na capital, chega com as notícias sobre uma “enorme crise” que está se instalando na economia do país. Diz ao comerciante que as grandes corporações estavam revendo seus planos, cortando custos e se preparando para o pior. Bastante convincente, ele orienta o pai a reduzir gastos, comprar matéria-prima de segunda linha e mais barata, dispensar o funcionário e até cortar a divulgação. Não demora muito e o estabelecimento começa a declinar e a freguesia some. Ao que o velho comerciante, resignado, diz: “É, meu filho tinha razão!”.
Sem parecer o pasteleiro, que negligencia crises, nem seu filho que a hipertrofia, o melhor que as lideranças empresariais devem fazer nesse momento é, manter os pés firmes no chão, compreendendo que o cenário é de retração e dificuldades, mas, ao mesmo tempo, conservar intacto o estímulo e passar isso para as equipes. Evitar gastos desnecessários é salutar, mas sinalizar horizontes para todos os envolvidos no negócio é igualmente importante. É em momentos de dificuldades que se aprimora os mecanismos de se fazer mais e melhor com menos.
 Além disso, especificamente no caso do nosso segmento, devemos ter bem claro na memória que, bem antes do início das obras da Copa do Mundo, PAC e MCMV, nossa atividade já vinha registrando índice de crescimento contínuo e expressivo. A industrialização da construção é um caminho sem volta rumo a produtividade almejada pelo governo e pela iniciativa privada face as grandes demandas existentes no país e a carência de mão de obra. Neste contexto, a pré-fabricação em concreto, ocupa um espaço relevante e é ferramenta fundamental para solução dos desafios que teremos pela frente. 
Temos ainda a nosso favor, o fato de as empresas do segmento ter conseguido, nos últimos anos, manter constantes programas de investimentos voltados para a modernização e até ampliação de plantas. Um exemplo está na nossa recente pesquisa sobre investimentos do setor de pré-fabricado, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada no Anuário Abcic 2013. Ela apontou que nada menos que 55% das empresas de pré-fabricado investiram mais do que no ano anterior. E o mais relevante da confiança no futuro é que, nada menos que 87% das que disseram estar investindo, aplicaram recursos em equipamentos para a área produtiva. 
Por fim, é importante recordar ainda que nosso segmento conta com empresas consolidadas o mercado – entre as nossas associadas, cinco já completaram seu cinquentenário. Isso significa que muitos de nós já viveram momentos bem piores que o atual, como bem lembrou um colega na festa de entrega do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto do ano passado. E não só sobrevivemos como crescemos e nos fortalecemos. Estamos preparados e confiantes, porém atentos e de olhos bem abertos.


Aguinaldo Mafra Jr.
Presidente do Conselho Estratégico da Abcic

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