ESPAÇO EMPRESARIAL
O setor da construção teve um papel fundamental no ano passado. Na área social, tomou rapidamente medidas para diminuir o contágio pelo novo coronavírus, e na economia, manteve o ritmo de obras e foi destaque na geração de empregos e renda. Contudo, um fator preocupou bastante o segmento: a instabilidade no fornecimento de insumos e das matérias-primas. Por isso, a expectativa é de uma estabilização na oferta e nos preços de insumos neste ano.
Outro ponto importante é que haja uma manutenção da expansão da demanda por solução pré-fabricadas. E, claro, que pelo menos até o final do ano, tenhamos um cenário mais seguro em relação aos enfrentamentos à COVID-19, a partir de uma ampla imunização a todos os brasileiros.
Sobre o mercado regional, em específico o Centro-Oeste brasileiro, que inclui o estado do Mato Grosso do Sul, onde está localizada nossa fábrica, as principais obras em nosso setor estão nas áreas de infraestrutura rodoviária, armazenagem de grãos, centros de distribuição, atacarejos agroindústrias e institucionais. O agronegócio é bastante contundente na região, por isso, a grande maioria dos projetos estão ligados ao segmento, sendo caracterizados por um porte intermediário.
Por um lado, percebemos que há uma dimensão econômica limitada e uma grande dimensão geográfica, o que obriga a uma oferta de soluções bastante flexíveis. Mas, por outro lado, há um potencial ainda a ser explorado porque ainda há pouca demanda por novas tecnologias e caso melhorem as condições tributárias, que são bastante excessivas em nosso segmento, haverá um ganho de produtividade.
Sem dúvida, tanto em termos de país como de região, há muito por se fazer, principalmente em relação as demandas da construção civil. Portanto, o cenário futuro é de muitas oportunidades. Neste contexto, as soluções pré-fabricadas seguem uma tendência dos países desenvolvidos de se tornarem a melhor alternativa a redução da oferta de mão de obra especializada nos canteiros de obra, garantindo ainda um efetivo controle de qualidade destas obras.
Enquanto a construção civil é marcada por um desenvolvimento tecnológico lento, o segmento da construção industrializada tem sido impactado por constantes inovações através de produtos químicos, siderúrgicos e de softwares. Certamente, outras inovações deverão surgir, trazendo ainda mais qualidade, eficiência e redução de custos, por meio de uma constante qualificação da mão de obra.
O mercado tem demandado a cada dia soluções mais arrojadas, eficientes, de melhor qualidade e com custos menores. E, isso somente pode ser obtido, através da constante inovação, que deve ocorrer nos insumos, equipamentos, processos, na área digital, e principalmente no capital humano.
Na condição de indutora do desenvolvimento do setor, a Abcic tem contribuído para a disseminação das experiências e tecnologias, permitindo um compartilhamento e acesso eficaz das informações disponíveis, além de auxiliar no estabelecimento de marcos referenciais de eficiência e qualidade, permitindo uma visão ampla da dimensão do setor.
A representação da ABCIC, junto aos poderes executivos e demais setores econômicos, tem proporcionado uma interlocução de alto nível, garantindo a defesa dos interesses do nosso setor, bem como tem feito a devida promoção das nossas soluções tecnológicas e como elas podem contribuir para o desenvolvimento do Brasil.
Marcelo Caleffi de Souza,
Diretor Geral da Concrelaje Indústria de Pré-Moldados de Concreto