INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Para ofertar soluções com alto nível tecnológico, a cadeia das estruturas pré-fabricadas de concreto vem investindo e se preparando para absorver todos os conceitos da quarta Revolução Industrial
Em mais de dois séculos, a indústria passou por diversas transformações, que revolucionaram o desenvolvimento social e econômico do planeta. A primeira Revolução Industrial iniciada em 1760, na Inglaterra, foi marcada pelo surgimento da máquina a vapor, possibilitando mecanizar processos de produção que antes eram manuais e artesanais, culminando na produção em larga escala. A segunda Revolução Industrial começou na segunda metade do século XIX em diversos países, especialmente, na Inglaterra, França e Alemanha, junto aos EUA e ao Japão, quando um grande número de novas invenções e descobertas proporcionou uma revolução ainda mais intensa para a produção industrial, promovendo maior conforto para pessoas e expansão econômica para os países.
Em meados do século XX, com o advento da tecnologia de informação, foi iniciada a terceira Revolução Industrial, que permitiu a automatização de tarefas mecânicas e repetitivas. Houve, nesse período, o desenvolvimento da robótica, de engenharia genética e da biotecnologia, uma maior conscientização da sustentabilidade ambiental, que levou a utilização de novas fontes de geração de energia. Além disso, a globalização foi um fator determinante para disseminação e massificação dos produtos e das tecnologias e para a transformação das relações comerciais entre os países.
Equipamentos robotizados na etapa de armação
Atualmente, o mundo encontra-se na Quarta Revolução Industrial, mais conhecida como Indústria 4.0, cujo conceito engloba a utilização de um conjunto de tecnologias nas áreas de automação, controle e tecnologia da informação, possibilitando a fusão do mundo físico, digital e biológico. A partir de Sistemas Ciber Físicos (CPS), Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Internet dos Serviços e Manufatura Aditiva, os processos de produção vão se tornando cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis, impulsionando a criação de indústrias altamente inteligentes.
Segundo informações da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a adoção de conceitos da Indústria 4.0 na matriz produtiva brasileira poderia gerar uma economia de R$ 73 bilhões ao ano, sendo que a redução dos custos com reparos chegaria a R$ 35 bilhões ao ano e os ganhos de eficiência produtiva correspondem a uma economia de R$ 31 bilhões. Os R$ 7 bilhões restantes são em diminuição no gasto com energia. “Inteligência artificial, robótica, análise de dados e a internet das coisas trabalham de forma integrada. Sensores permitem a rastreabilidade e o monitoramento remoto de todos os processos”, explica Guto Ferreira, presidente da ABDI. Esse assunto é tão importante, que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) instituiu, em junho do ano passado, o Grupo de Trabalho para a Indústria 4.0 (GTI 4.0), com o objetivo de elaborar uma proposta de agenda nacional para o tema.
Sistema utilizado pelo setor é baseado em três pilares da indústria 4.0: segurança da informação, simulações e integração entre sistemas; adotando a utilização de plataformas mobile para agilidade do processo
No segmento de pré-fabricado de concreto não é diferente e esse assunto tem sido pautado em diversas frentes, sempre com a participação da Abcic. O segmento, vem sofrendo transformações importantes ao longo do tempo, já que é uma solução construtiva diferenciada e que oferece diversos atrativos em relação à forma convencional de construir, principalmente no que tange a velocidade de execução da estrutura, a sustentabilidade e a qualidade. Sempre sintonizado com os avanços tecnológicos vistos em nível global, no Brasil, há indústrias com pensamentos ousados e inovadores, que se pautam justamente por alcançar a excelência em seus produtos e serviços, por meio desse investimento em tecnologia. Essas fábricas equiparam-se com softwares para detalhamento fino de peças e controle de produção (ERP), além da utilização de equipamento robótico e/ou com controle numérico ligado digitalmente ao projeto. Trata-se de uma necessidade competitiva que elas não podem ignorar.
De acordo com Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, a Quarta Revolução Industrial já começa a ser implantada.