INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Menor tempo de construção, conforto térmico e acústico, redução de desperdício, menor geração de resíduos, uso de aço fabricado com materiais reciclados e energia renovável, mais segurança na obra, maior desempenho e qualidade são os benefícios do método construtivo e-co, idealizado pela ArcelorMittal. A pré-fabricação em concreto se destacou por ter uma alta flexibilidade estrutural atendendo as demandas da arquitetura
A engenheira Íria Doniak, presidente-executiva da Abcic, contextualizou as ações promovidas pelas entidades do setor para o avanço da industrialização no país. Relembrou que em 2009 foi lançado o Programa Inovação Tecnológica (PIT), liderado pela CBIC, que incluiu um grupo de trabalho voltado para a tributação, culminando no lançamento de um material sobre tributação, industrialização e inovação tecnológica na construção civil. “Dentre os diagnósticos feito pela CBIC, um dos entraves para a modernização do setor foi a questão tributária que é uma barreira para se industrializar mais”, explicou.
Em sua avaliação, a expectativa é que a reforma tributária traga isonomia para os sistemas construtivos industrializados. Outros pontos tratados foram a dificuldade de reter mão de obra no setor e os programas de financiamento habitacional e residencial que, por sua extensão, não privilegiam a industrialização, que agiliza o processo construtivo. “Estamos acostumados a trabalhar com tecnologia e podemos contribuir para modernizar a forma de se construir no país, mas precisamos de políticas públicas que tenham essa visão”, ressaltou.
Nesse sentido, Íria comentou sobre o Programa Construa Brasil e outros movimentos da cadeia da construção, como o Construção é +, que mostram a integração da cadeia e querem aprofundar a discussão desse tema pra que ele seja amplamente disseminação. Segundo ela, é fundamental que o setor invista cada vez mais na adoção de métodos construtivos industrializados. “Pois isso proporciona ganhos expressivos em termos de prazos, qualidade e produtividade e contribui para a redução do desperdício de materiais e a diminuição do impacto ambiental das obras”.
Para José Carlos Martins, presidente da CBIC à época, o tema vem sendo cada vez mais discutido entre diversos setores que envolvem a cadeia produtiva. “Com esse diálogo, estamos buscando cada vez mais reunir todos num movimento chamado ‘Construção é mais’. E por que Construção é mais? Porque é mais dignidade, saúde, emprego, vida, felicidade, construção sempre é mais”, destacou, ao completar dizendo que a industrialização é um grande caminho para se avançar e que essa união de cadeia é importante.
Corroborando com a análise de Íria, Luiz Antonio Martins Filho, presidente executivo da Associação Brasileira da Construção Leve e Sustentável (ABCLS), ponderou que as barreiras para a industrialização são conjunturais e institucionais, e ressaltou a importância da industrialização para um setor que possui baixa produtividade. Afirmou também que o Brasil precisa de construção civil pujante e eficiente para continuar evoluindo.
Já Lucien Belmonte, presidente executivo da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (ABIVIDRO), ressaltou a importância de a construção civil adotar práticas mais eficientes com maior qualidade, enquanto Felipe Gattera, presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (AFEAL), trouxe o olhar para a necessidade de aumentar a capacidade produtiva com o uso de processos industrializados e de automação. "Precisamos sair da idade da pedra e incentivar a automação industrial, pois é um caminho promissor para aprimorar a eficiência e a produtividade nas obras" disse gattera.
José Carlos Martins (CBIC), Íria Doniak, Lucien Belmonte (Abividro), Felipe Gattera (Afeal) e Luiz Antonio Martins Filho (ABCLS)