EDITORIAL
Estamos chegando ao final de um ano difícil, não somente para o nosso país, mas para o mundo. Nas últimas semanas assistimos a angústia de pessoas que deixam o seu país, sua casa, tudo o que tem para trás e seguem em busca de encontrar a possibilidade de continuar sobrevivendo com suas famílias em algum lugar. O desastre das barragens em Minas Gerais. A ameaça do terrorismo. Sem dúvida, todos nós nos sensibilizamos com estes acontecimentos e, em paralelo, seguimos lutando em nosso dia a dia pelas empresas e pelo nosso setor, em meio à crise política e econômica que paira sobre o Brasil. Neste cenário, que nos abala mais do que como profissionais e empresários, mas como seres humanos, nos perguntamos: há esperança? A resposta é que enquanto tiver vida, fé e perseverança, seguiremos lutando e trabalhando sempre em prol de um mundo melhor.
Nesta edição da Industrializar em Concreto em especial, gostaria de destacar os cases de aplicação das estruturas pré-fabricadas de concreto nos segmentos habitacional e da educação, fundamentais para o país e que certamente estariam sendo mais amplamente utilizados se houvesse uma política clara de industrialização em nosso país. Mais uma vez a indústria mostra soluções rápidas, que atendem aos critérios de desempenho e qualidade, que racionalizam o uso de materiais e mão de obra, aumentam a produtividade dos canteiros de obras, isto é, são sustentáveis. Mas continua a mercê da necessidade de continuidade, escala, manutenção dos programas, isonomia tributária, fatores que transcendem a iniciativa privada e dependem exclusivamente do poder público. A industrialização da construção sempre esteve presente nos países desenvolvidos e não tem sido diferente na Rússia, Índia, China e África do Sul, os chamados BRICS. Recentemente visitei todos e constato que o Brasil é o que ainda se move mais lentamente neste sentido. Temos expectativa de que o Manual de Industrialização e as iniciativas da ABDI (Agência Brasileira do Desenvolvimento Industrial), com o apoio do MDIC (Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior), seja um vetor de transformação neste cenário.
Receber em nossa entidade o Sr Newton Callegari, me trouxe grande alegria, ao mesmo tempo em que me comoveu o fato dele nos trazer documentos e história dos anos sessenta e querer conhecer a entidade, que hoje estaria lutando pelos mesmos objetivos. Objetivos com mais de 50 anos e que, pelo fato de ter um grupo que acredita e trabalha, continuam vivos na esperança de que um dia se concretizem da forma almejada.
E é por esta razão que não podemos perder a esperança ou deixar cair o bastão e, no que couber a nós, nos esforçaremos com todas as demais ações presentes nesta edição.
Desejo aos nossos leitores, parceiros e amigos, especialmente PAZ neste Natal para recomeçarmos com FÉ e, a despeito de todos os prognósticos adversos, com ESPERANÇA em 2016.
Que nada nos falte em 2016!
Um abraço.
Íria Lícia Oliva Doniak,
Presidente Executiva da Abcic