Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 27 - dezembro de 2022

ARTIGO TÉCNICO

Estudo do ensaio da maturidade para avaliação da resistência à compressão do concreto autoadensável

RESUMO Conhecer as propriedades do concreto autoadensável em idades recentes é de extrema importância para a continuidade de serviços, como a protensão, desforma e saque de peças pré-fabricadas, por exemplo. Uma das possibilidades mais seguras e econômicas é através do ensaio de maturidade, que correlaciona o calor de hidratação do cimento com propriedades do concreto no estado endurecido. Neste artigo foi mostrado como obter esta correlação de forma eficiente, para atender as demandas para esta tecnologia. Observou-se que a correlação obtida foi confiável, podendo utilizar o método de forma mais abrangente. PALAVRAS-CHAVE: Ensaio de maturidade; Concreto autoadensável; Correlação entre propriedades.

B. Tutikian, C.E. Braun, F. Pacheco 
Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Unisinos, Brasil. 
R. Curra 
Supporting Engenharia, Brasil
 

1.- INTRODUÇÃO

 O concreto autoadensável (CAA) surge como uma ferramenta que possibilita vários ganhos com sua utilização na construção civil, como aumento na qualidade e durabilidade das estruturas, aceleração na construção, redução de mão de obra no canteiro, maior liberdade nas dimensões e desenho das formas [1]. A sua utilização em esfera global é crescente, sendo objeto de pesquisas nos últimos anos.

Também é sabido que grande parte das regras do dimensionamento de estruturas de concreto, assim como da caracterização dos materiais nele utilizados, baseia-se no parâmetro de resistência à compressão. Fica evidente a importância desta propriedade e, mesmo não sendo o parâmetro mais significante para muitos materiais, o seu conhecimento fornece boas indicações na obtenção de outras características [2].

Durante o processo de execução de obras, são inúmeras as situação em que se torna necessário o conhecimento das características que a estrutura possui em determinado instante, seja para a realização de desformas, retirada de cimbramento, na execução de protensões ou até mesmo para aplicação de cargas construtivas e de serviço [3]. O desconhecimento destas características torna possível a ocorrência de etapas sem que tenham sido atingidos valores mínimos de resistência pela estrutura, dando abertura a incidência de sérias consequências. Além disso, o concreto deve apresentar uma resistência suficiente para que a superfície não seja, de modo algum, danificada durante a desforma, ou em atividades seguintes da obra [4].

Atualmente, existe uma crescente evolução dos estudos sobre métodos não destrutivos, por conta das diversas vantagens na obtenção de características dos materiais da estrutura, sem a necessidade da retirada de testemunhos. Os ensaios são mais rápidos e práticos, se comparados aos métodos destrutivos, além de permitirem uma estimativa de características da estrutura in loco [5]. Estes motivos trazem uma aceitabilidade cada vez maior para os métodos não destrutivos na engenharia, motivo pelo qual merecem uma maior atenção no estudo de suas aplicações.

Quando utilizado um mesmo traço no desenvolvimento de uma obra, ocorrendo apenas pequenas variações nas quantidades de seus componentes, torna-se possível programar atividades construtivas somente a partir do monitoramento de características do concreto. Estas características podem ser correlacionadas com parâmetros desejados, como por exemplo, a resistência à compressão.

A Energia Aparente de Ativação (Ea) é um parâmetro que mede a sensibilidade de reações às variações de temperatura. A sua estimativa é de grande importância em modelos que visam determinar a evolução da hidratação do cimento, sendo característica própria de cada mistura de concreto específica. Segundo Pinto [6] (1997 apud CARVALHO, 2002), a Ea depende de alguns fatores que influenciam na velocidade de hidratação, entre elas o próprio cimento utilizado, a quantidade de água na mistura, aditivos químicos, adições minerais, entre outros. A determinação da Ea pode ser feita através de uma argamassa que represente a mistura de concreto em estudo, sendo que os resultados se equivalem aos do concreto [3].

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