Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 27 - dezembro de 2022

ARTIGO TÉCNICO

Estudo do ensaio da maturidade para avaliação da resistência à compressão do concreto autoadensável

RESUMO Conhecer as propriedades do concreto autoadensável em idades recentes é de extrema importância para a continuidade de serviços, como a protensão, desforma e saque de peças pré-fabricadas, por exemplo. Uma das possibilidades mais seguras e econômicas é através do ensaio de maturidade, que correlaciona o calor de hidratação do cimento com propriedades do concreto no estado endurecido. Neste artigo foi mostrado como obter esta correlação de forma eficiente, para atender as demandas para esta tecnologia. Observou-se que a correlação obtida foi confiável, podendo utilizar o método de forma mais abrangente. PALAVRAS-CHAVE: Ensaio de maturidade; Concreto autoadensável; Correlação entre propriedades.

As idades de ensaio especificadas foram 1, 2 3, 4 e 8 dias, com o objetivo de avaliar o ganho de resistência à compressão do concreto em idades iniciais, sendo curados por processo de cura a seco e com temperaturas de cura de 10, 20 e 35°C. 

É necessário determinar a Energia Aparente de Ativação para correlacionar a maturidade com a resistência à compressão. De acordo com a ASTM C1074 (2011) [3], o experimento deve ser realizado utilizando amostras de argamassa, sendo que os resultados podem ser aplicados para o concreto em estudo. O procedimento trata de estabelecer uma curva de correlação entre as resistências à compressão versus idades das amostras de argamassa, curadas em banhos de água para três diferentes condições isotérmicas. As temperaturas são a máxima e a mínima esperadas durante o processo de cura do concreto in loco, durante o período em que se deseja estimar os valores de resistência. A terceira temperatura é a média entre as extremidades.

O traço de argamassa utilizado deve conter uma relação de areia/cimento, em massa, que seja igual à relação de agregado graúdo/cimento da mistura de concreto em estudo. A pasta de cimento da argamassa deve ter a mesma proporção de água/materiais cimentícios, assim como as mesmas quantidades de aditivos utilizadas no concreto. 

Devem ser preparados três conjuntos de corpos de prova cúbicos com dimensões de 50x50x50 mm, sendo necessários 18 cubos em cada grupo ensaiado. Os corpos de prova devem ser moldados de acordo com o método C 109/C109M e cuidadosamente submersos em cada banho isotérmico respectivo. 

Para realização dos ensaios foram feitas três moldagens, uma para cada temperatura de cura, com 18 corpos de prova de argamassa em cada. Foram utilizados moldes cilíndricos, com dimensões de j50x100mm (diâmetro x altura), visto que é comprovada a inexistência de diferenças significativas para resistências obtidas com moldes variados [5].

A primeira idade na determinação da resistência à compressão deve ser próxima ao dobro do tempo final de pega. Quando o tempo de pega final não for determinado, é sugerido que a primeira série de testes seja realizada quando atingida uma resistência à compressão de aproximadamente 4 MPa.

Neste trabalho, a primeira idade foi definida buscando-se uma resistência de 4MPa. Quando não atingida uma resistência próxima aos 4MPa em 6 horas, os ensaios se iniciavam com 12 horas e, no caso em que nenhuma destas idades se aplicou, foi utilizada uma idade inicial de 1 dia.  

Os moldes devem ser removidos aproximadamente 1 hora antes da primeira série de testes de compressão e os corpos de prova são repostos no banho com temperaturas distintas. Os testes subsequentes devem ser realizados com idades de aproximadamente o dobro da idade anterior, totalizando seis idades de ensaios. Devem ser ensaiados 3 corpos de prova em cada idade, obtendo-se a resistência média à compressão. Se, por exemplo, a primeira idade for de 12 horas, os próximos ensaios de resistência deverão ser executados em 1, 2, 4, 8 e 16 dias.

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