ABCIC EM AÇÃO
A economiSTa Ana Maria Castelo, da Fundação Getulio Vargas, e o empresário Luciano Pires, personal trainer de fitness intelectual, ministraram as palestras durante o evento, exclusivo aos associados, que teve mediação da engenharia Íria Doniak e a abertura de Guilherme Philippi, presidente executiva e presidente do Conselho Estratégico, respectivamente
No dia 2 de dezembro, a Abcic promoveu um evento virtual de encerramento do ano para seus associados, que contemplou informações sobre a conjuntura econômica e do setor de construção em 2020 e projeções para o próximo ano, além de iscas intelectuais para os empresários reconhecerem oportunidades de negócios e de crescimento em situações diversas, especialmente, em períodos de crise.
“Optamos por realizar um evento exclusivo para nossos associados para fortalecer nosso núcleo e nosso segmento. Atualmente, temos em nosso Conselho representantes de todos os estados e reunimos 100 associados, sendo 50 empresas associadas, 20 fornecedores da cadeia de matéria prima e 30 profissionais técnicos que agregam muito valor”, disse Guilherme Philippi, presidente do Conselho Estratégico da Abcic, que acrescentou que o ano foi bastante desafiador e, ao mesmo tempo, muito dinâmico, com momentos distintos vivenciados antes, durante e a situação atual da pandemia.
Guilherme Philippi: “Mesmo sendo um ano desafiador, entregamos obras de vulto e cases de sucesso”
Em virtude das mudanças ocasionadas pela pandemia, Philippi ressaltou que essa volatilidade exigiu que das empresas um poder ainda maior de adaptação e flexibilidade. Em um primeiro momento, houve uma paralisação das obras e do setor, mas com a recuperação do setor, outros desafios surgiram: o preço e escassez de insumos e a falta de mão de obra qualificada. “A falta de matéria prima é um risco altíssimo para nossas empresas, especialmente do aço”.
Para a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, o setor mostrou novamente sua resiliência. “A despeito de todas as dificuldades e obstáculos, seguimos com a missão de desenvolver a industrialização em concreto no país, que tem uma conotação importante no que diz respeito à produtividade e à competitividade. Por isso, desenvolvemos muitas ações no âmbito institucional estando com o setor presente em diversos contextos”. Uma das ações citadas por ela foi a Revista Industrializar em Concreto, que repercutiu ao longo do ano matérias importantes para a pré-fabricação de concreto, na qual a agenda do setor é permanente informada aos associados e ao mercado. “É o veículo de comunicação onde todos podem se atualizar com os movimentos da Abcic para apoiar e fortalecer o setor”.
Segundo Íria, o mundo passa por um momento ímpar, que ficará para a história. “Nossa expectativa é que tenhamos um ano de 2021 espetacular. Sem dúvida, iniciaremos mais fortes, mais compreensivos, mais tolerantes e com nossa visão seguramente ampliada para agregar valor não apenas na nossa empresa, mas no mundo em transformação”.
Philippi acrescentou ainda que as empresas do setor fizeram sua lição de casa, se reinventando, inovando e buscando serem mais produtivas. “A maioria está com um bom volume de obras em um futuro próximo. E, mesmo sendo um ano desafiador, entregamos obras de vulto e cases de sucesso”.
Íria Doniak: "A despeito de todas as dificuldades e obstáculos, seguimos com a missão de desenvolver a industrialização em concreto no país, que tem uma conotação importante no que diz respeito à produtividade e à competitividade"
Ele ainda fez uma reflexão sobre o que não se transforma, como o atendimento ao mercado com obras rápidas, com qualidade, precisão e acabamento. Também destacou o trabalho da Abcic, como um polo agregador para atingir os objetivos de segurança, boa engenharia, qualidade, velocidade e eficiência cada vez maiores. “Nossas empresas têm atendido o mercado nesse sentido. Com certeza os anos que virão serão desafiadores, mas nosso setor está preparado para atender a demanda e nós gostamos de desafios”.
Após a abertura feita por Philippi e por Íria, o evento recebeu a apresentação da economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos na Fundação Getúlio Vargas/IBRE, que avaliou o setor da construção em 2020 e mostrou projeções para 2021. De acordo com as projeções da instituição, o Produto Interno Bruto (PIB) do segmento deve ter uma retração de 2,5%. Contudo, a geração de empregos e o comércio varejista apontam variações positivas no ano, com quase 140 mil novos postos de trabalho e alta de 10,8%, respectivamente. Ela explicou que o volume de vendas do comércio varejista não apenas se recuperou como está em um patamar mais elevado em relação ao período anterior à pandemia.
“No caso das vendas de materiais de construção, esse aumento foi ainda mais expressivo. Além de superar o patamar em que se encontrava, registrou um recorde de sua série histórica e acumula uma alta de quase 8%” em setembro, enfatizou a economista. Entretanto, a indústria de materiais da construção não acompanhou esse ritmo e sua reação é mais lenta do que o comércio.
Esses bons resultados, conforme explicou Ana, são atribuídos pelas ações tomadas pelo governo para mitigar os efeitos da pandemia, como o benefício emergencial de manutenção do emprego e renda, o auxilio emergencial e a redução da taxa Selic no patamar mínimo histórico. “Isso colocou o Brasil no mesmo patamar de iniciativas dos países desenvolvidos. Foram ações equivalentes”, ponderou.