Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 26 - setembro de 2022

GIRO RÁPIDO

Giro Rápido

“Parabenizo os organizadores do evento, por terem colocado em perspectivas os três grandes movimentos pró-industrialização: a Aliança Construção Modular, abordado pelo professor Vanderlei John, o Brasil Viável, por José Marcio Fernandes, e o Construa Brasil, cuja meta Construção Industrializada é coordenada por Laura Marcellini. São importantes iniciativas, vindas do setor privado, academia e governo, que consideram as mesmas questões a respeito da industrialização da construção”, disse Íria, que ressaltou a relevância de o setor estar integrado para cada vez mais discutir e promover a industrialização, com uma mesma linguagem de conceitos. 

Abrindo o seminário, Odair Senra, presidente do SindusCon-SP, destacou que boa parte das construtoras tem adotado “os projetos e as tecnologias construtivas que trazem inúmeros benefícios em termos de qualidade e produtividade. Entretanto, ainda esbarramos em dificuldades para adotar a industrialização na construção residencial. A busca da superação dessas dificuldades uniu a AsBEA-SP e o SindusCon-SP num movimento para viabilizar essa industrialização e torná-la irreversível.”

Milene Abla Scala, presidente da AsBEA-SP, afirmou ser o papel das entidades catalisar as iniciativas, articular os elos da cadeia produtiva rumo à industrialização e disseminar a transmissão de conhecimentos. “Temos a certeza de que os benefícios da adoção da industrialização na construção residencial são maiores que as dificuldades enfrentadas para sua implementação”, destacou. Ela ainda assinalou a importância desta industrialização no retrofit, que a seu ver precisa ter prioridade nesta agenda, revitalizando os centros urbanos e proporcionando maior qualidade de vida aos seus moradores.

O primeiro painel do evento apresentou um panorama de ações para industrialização. Paulo Oliveira, CEO da Aratau, afirmou que só a industrialização da construção conseguirá dar conta da meta de redução do déficit habitacional, pelo aumento da rapidez na construção e do aumento da produtividade. Entretanto, a alta carga tributária não ajuda. Ele lembrou que o Construbusiness de 2021, da Fiesp, elencou propostas para impulsionar essa industrialização, como um novo regime tributário e mudanças no processo licitatório.

O desafio, segundo Oliveira, está em realizar a transição da construção tradicional para a industrializada, com a contribuição de tecnologias como o BIM e a integração com startups. O caminho é racionalizar a construção, agregar-lhe produtos fabricados fora do canteiro, adotar módulos e a construção modular. Ao mesmo tempo, os projetistas devem ser estimulados e os fabricantes dos módulos se especializarem. “Não há mais espaço para o artesanato produtivo, é preciso transformar a construção numa indústria moderna e eficaz”.

Ele observou que os clientes de alta renda não têm restrições aos produtos da construção industrializada, graças ao atendimento das normas como a de Desempenho de Edificações, com mínimos problemas no pós-obra. Chamou a atenção para a necessidade de se capacitar os estudantes e os profissionais que atuam no mercado, citando alguns cursos a respeito.

Oliveira se manifestou favorável à industrialização aberta, com o aperfeiçoamento de sistemas visando a elevação da produtividade. O problema é que as construtoras não sabem como e por onde começar, observou. Uma metodologia está sendo desenvolvida para ajudar na busca por maior produtividade pela modularização em várias etapas da obra.

José Marcio Fernandes, sócio da TecVerde Engenharia, apresentou o movimento Brasil Viável, em favor da construção industrializada, suportado pelo C3 e pelo Enredes do CTE. Elencou as dificuldades para sua adoção, como: ausência de programas de governo estruturados voltados à industrialização; aumento dos preços dos insumos em descompasso com a evolução da renda das famílias; elevada tributação; insegurança jurídica; burocracia; códigos de obras com exigências construtivas diferentes a cada município; oferta limitada de financiamentos; divulgação das tecnologias nas universidades e reformas estruturais.

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