GIRO RÁPIDO
Investimentos da ordem R$ 2,7 trilhões devem movimentar a cadeia da construção até 2030
A cadeia de construção (infraestrutura, infraestrutura de base e construção civil e incorporação imobiliária) deve somar investimentos da ordem de R$ 2,7 trilhões até 2030, segundo o estudo Produtividade e Oportunidades para a Cadeia da Construção Civil, elaborado pela Deloitte, em parceria com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), divulgado em evento promovido pela entidade no dia 9 de fevereiro, que contou com a participação de Wilson Claro, diretor de Marketing da Abcic.
O estudo, feito a partir da avaliação de 144 empresas e entidades e dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que os investimentos terão uma interface cada vez mais alinhada às novas tecnologias e práticas sustentáveis.
Atualmente, 38% das empresas do setor da construção e incorporação investem em parcerias com startups e 83% delas têm colaboração com as construtechs. As empresas do setor ainda devem aumentar em 10% os investimentos em tecnologia. Para manter os ganhos de produtividade e estimular novos investimentos, o setor deve adotar cada vez mais métodos e parâmetros ao mensurar seus ganhos de eficiência.
Na avaliação de Luiz França, presidente da Abrainc, o trabalho desenha ferramentas e parâmetros que vão mensurar ganhos de eficiência e produtividade em projetos do setor. Ele lembra que a incorporação imobiliária e a construção civil envolvem múltiplos processos produtivos e medir a produtividade envolve compreender os fatores que impactam o setor para buscar melhorias, já que este eixo é fundamental para o sucesso dos projetos e investimentos.
Em 2021, o estudo apurou a existência de 23 mil empresas na cadeia de construção que geram R$2,3 trilhões de receitas líquidas. O setor paga R$443 bilhões em impostos e gera mais de 3,7 milhões de empregos.
Para Giovanni Cordeiro, diretor de pesquisa e inteligência da Deloitte, o trabalho permite a previsibilidade do comportamento da cadeia produtiva da construção para os próximos anos, incluindo o montante em investimentos. Ao acompanhar essa apresentação, Wilson Claro ponderou que, apesar de a cadeia da construção ser constituída por cerca de 23 mil empresas, 3,7 milhões de pessoas empregadas e R$ 2,3 trilhões em receitas geradas, eles mostraram que PIB da Construção tem caído significativamente nos últimos sete anos. A seu ver, a pesquisa apresentada pela Deloitte e Abrainc foi muito abrangente, pois as empresas selecionadas para a entrevista eram bastante heterogêneas em suas áreas de atuação.
O evento ainda debateu como tornar as nossas cidades mais sustentáveis de forma a preservar o ecossistema ambiental e melhorar o bem-estar humano. Isto significa pensar sobre a construção das nossas cidades e como a mobilidade deve ser organizada em ambiente urbano. Na oportunidade, o líder de Infraestrutura, Governo e Serviços Públicos da Deloitte, Elias de Souza, e a Coordenadora do Centro de Excelência de Infraestrutura e Projetos de Capital da Deloitte, Danielle Avila, discorreram sobre cidades sustentáveis e resilientes.
Ao fim do evento, as novas tendências do mercado de Real Estate no Brasil foram apresentadas por Claudia Baggio e Rafael Camargo, respectivamente sócia e diretor de soluções em Real Estate, da Deloitte. Eles detalharam como incorporadoras e construtoras podem atender às necessidades evolutivas dos investidores e futuros moradores, priorizando as questões ambientais, sociais e de governança (ESG) e às exigências regulatórias e mudanças recentes do comportamento de novos consumidores.
As conclusões desse último painel, segundo Claro, foram que o mercado de locação deve crescer; o custo do metro quadrado em grandes cidades está cada vez mais caro, por isso apartamentos com até 45 m² já representam 54% do mercado; o imóvel precisa ter ambientes abertos e flexíveis, reduzindo o custo de construção e possibilitando mais personalização; a sustentabilidade está relacionada à eficiência das construções; o papel do corretor de imóveis está mudando; e a necessidade de tecnologia e conectividade, serviços e infraestrutura estão aumentando.