PONTO DE VISTA
Poderia analisar o cenário da construção civil e da indústria de materiais para construção para o próximo ano, com a definição de Jair Bolsonaro, como o presidente eleito do Brasil?
Mantemos as demandas que a indústria de materiais de construção apresentou nas interações que teve com todos os candidatos, inclusive com o Presidente eleito Jair Bolsonaro. Essa pauta contém, dentre outros pontos, a retomada de obras de infraestrutura, paralisadas em diversos estágios de execução, além da continuidade do programa Minha Casa Minha Vida, ou criação de outros programas para contribuir para a redução do déficit habitacional, que são medidas importantes não só para o setor da construção civil, como também para o país. A ABRAMAT reconhece em suas associadas um potencial para geração de emprego, desde que devidamente estimuladas, e uma disponibilidade para colaborar com diagnósticos e propostas concretas. É importante também reafirmarmos o compromisso da ABRAMAT em levar adiante nos setores público e privado o fomento de ações voltadas a 3 pilares importantes: conformidade técnica, fiscal e capacitação.
Como a indústria de materiais e a construção civil vêm se preparando para a indústria 4.0?
Estamos fomentando o debate sobre Indústria 4.0 em toda a sua complexidade e a inclusão efetiva da cadeia de construção civil nesse contexto, por meio de seminários, eventos, contatos com parlamentares e órgãos de governo, integrantes da sociedade civil e outros nichos da indústria. Buscamos envolver o maior número de interlocutores interessados para tratarmos das novas tecnologias e desenvolvermos conhecimento para sua aplicação.
Como avalia a relação entre a construção civil e a Indústria 4.0?
A construção civil, assim como quase todos os setores, tem muito a se beneficiar da chamada “indústria 4.0”. A internet das coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), a robótica, conceitos como deep e machine learning, data analysis e tecnologias de criação, manipulação e divulgação segura de informações em todos os níveis de granularidade, como é a tecnologia Blockchain, podem trazer ganhos de produtividade e eficiência marcantes à indústria de materiais, componentes e sistemas construtivos, aos processos de execução das obras, e também podem gerar novas funcionalidades aos edifícios e cidades. Em estudos recentes da McKinsey, o setor foi apontado, no mundo todo, mas sobretudo no Brasil, como menos eficiente e produtivo que outros da indústria, realidade a ser alterada nos próximos anos.