DE OLHO NO SETOR
No âmbito do ABNT/CB-018, estão em processo de revisão as normas brasileiras que tratam dos requisitos dos diversos tipos de cimento Portland e também métodos de ensaios para sua verificação
“Com a unificação dos requisitos de todos os tipos de cimento, os fabricantes de estruturas de concreto pré-moldado terão maior facilidade para comparar diferentes tipos de cimento”
Inês Battagin
De acordo com Inês, foram aprovados também ajustes na composição dos cimentos, mantendo inalteradas suas propriedades, tendo em vista o atendimento às metas previstas pela indústria brasileira para mitigação dos gases de efeito estufa, considerando as questões ambientais e de sustentabilidade que envolvem a produção de cimento. Para embasar suas decisões, a Comissão de Estudo avaliou normas de outros países, comparando-as aos resultados do Roadmap Brasil sobre mitigação das emissões de CO2 no processo de fabricação de cimento até 2050.
Este roteiro global e em fase final de revisão para apresentação foi conduzido em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento (CSI) do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), tendo suporte técnico e cofinanciamento da Corporação Financeira Internacional (IFC) do Banco Mundial, e identificou alavancas para redução de emissões em médio e longo prazos, dentre elas a elevação do uso de adições com a redução da quantidade de clínquer no cimento, bem como o uso de combustíveis alternativos, em substituição aos combustíveis fósseis não renováveis, como o coque de petróleo, a captura e estocagem de carbono entre outras.
O presidente da ABCP ressalta a importância desse roteiro para embasamento de questões relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade. “Esse protagonismo (Brasil foi o segundo país do mundo a liderar o Mapeamento Tecnológico do Cimento) e os caminhos evolutivos identificados, em especial referentes ao meio ambiente, precisam ser incorporados à normativa nacional, principalmente quando se trata de um material de construção importante e fartamente empregado, como é o cimento Portland, em um país hegemonicamente edificado em concreto, como o Brasil”.
No caso do setor do pré-fabricado de concreto, a revisão das normas de cimento é muito benéfica. “Com a unificação dos requisitos de todos os tipos de cimento em um único documento, os fabricantes de estruturas de concreto pré-moldado terão maior facilidade para comparar diferentes tipos de cimento e avaliar os melhores insumos para esse uso específico, até mesmo em função da região do país em que estão instalados. Os cuidados com o armazenamento do produto já são pratica corrente pelo setor da pré-fabricação em concreto do país, mas a inscrição do prazo de validade na documentação de entrega do cimento e alguns cuidados adicionais de uso podem também ser de interesse da indústria”, detalha Inês.
ABCP tem novo presidente
Penna: “Normalização forte, atualizada e praticada traz qualidade, segurança e competitividade, aos segmentos que os perseguem”
A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) tem um novo presidente, Paulo Camillo Penna. Com mais de 30 anos de vivência em altos cargos executivos no setor público, empresas e entidades nacionais representativas de diversos segmentos, Penna é graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC-MG e presidente Executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), membro titular do Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deconcic), e diretor da FIESP para o triênio 2018-2020, entre outros.
“É motivo de satisfação – mas de muita responsabilidade – presidir esta entidade, com a orientação de fazê-la ainda mais importante e integrada. Meu envolvimento com o setor é significativo – haja vista eu estar dirigindo o SNIC desde o final de 2016 –, com o propósito de aumentar a sinergia entre as duas entidades e também no plano internacional. Recentemente a criação da Global Cement & Concrete Association, GCCA, da qual faremos parte, reforça a importância que acabo de destacar sobre a integração internacional, reunindo insumo e produto aplicado”, afirma Penna.
Por sua experiência, Penna tem a certeza que o trabalho exitoso só é alcançado se desenvolvido integrado com toda a cadeia produtiva do setor e do segmento. “E tal diretriz, já materializada no exercício individual da cada entidade, sem dúvida será mais efetiva quando praticada com a integração da ABCP e SNIC, levando benefícios maiores para todo o segmento da construção civil, acima de tudo para o Governo em todas suas esferas”, finaliza.