PONTO DE VISTA
Que iniciativas o comitê sob sua coordenação pode ou tem adotado para estimular a industrialização da construção?
O comitê tem participado de diversas atividades junto a prefeitura e ao governo do estado com o objetivo de retirar da pauta fiscal os fatores que penalizam a industrialização. Incentivamos a adoção do BIM tanto para empresas como requisito fundamental ao setor público para todas as licitações. Em conjunto com outras entidades como a Abramat – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, estamos desenvolvendo trabalhos conjuntos em prol da industrialização. O comitê participa intensamente da criação e da revisão de normas técnicas que são um grande indutor para a qualidade setorial. Nesse sentido, além da Abramat, faz interface com diversas outras entidades setoriais como CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, SECOVI, ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, AsBEA – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura e ABICIC, entre outras, para defender os interesses setoriais. A intenção é conscientizar sobre a importância das normas técnicas na regulação de todas as atividades relativas à indústria da construção. Por isso, trabalhamos hoje de forma sistemática para a identificação das normas ultrapassadas ou inadequadas e na atualização dos textos junto às comissões da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Quais os principais objetivos do Comitê? Há quanto tempo o senhor atua nele? Quantas empresas fazem parte dele?
O principal objetivo do Comitê é guiar o setor para um alto nível de excelência técnica e competitividade, a minha atuação na coordenação se iniciou em janeiro de 2016 e se encerrará em janeiro de 2018. Hoje contamos com 27 empresas que voluntariamente se propõem a compartilhar suas experiências e desafios em prol da evolução setorial. São todas empresas que possuem conhecimento técnico suficiente para influenciar o mercado e propor soluções e alternativas que são válidas para todo o País.
Quais são os atuais desenvolvimentos para aumento da produtividade que está no escopo de atuação do Comitê?
O comitê atua em diversos setores, tem 10 grupos de trabalho específicos, atua em prol da desburocratização para licenciamento de empreendimentos, na revisão e elaboração de normas técnicas, na introdução de novos materiais e sistemas construtivos. Trabalhamos pela introdução de técnicas e de sistemas construtivos inovadores, pela sustentabilidade dos empreendimentos e pela evolução das relações entre capital e trabalho, com melhores condições de saúde e segurança nas obras e por avanços na industrialização. Há 20 anos, estamos na vanguarda das discussões sobre os principais temas da construção. Para tanto, ele se relaciona com as associações de diferentes elos da cadeia produtiva pois acreditamos que a evolução só é possível se o esforço for conjunto. Construtoras, trabalhadores, indústria de materiae e, em alguns casos, o poder público, devem estar unidos para caminhar em uma mesma direção.
A seu ver, como o BIM pode ganhar mais espaço e importância na industrialização da construção?
O BIM será nos próximos anos o grande fator de diferenciação entre as empresas, para isso tanto a indústria como as construtoras deverão se unir no esforço de implantação. Precisamos multiplicar o número de profissionais habilitados e exigir do poder público que as licitações de projetos devam obrigatoriamente ser feitos em BIM. Se os projetos fossem produzidos em BIM o número de aditivos em obras públicas seria muito reduzido e com isso daríamos um grande salto para eliminação da corrupção. Aliás, o CTQ, de fato, é um dos precursores da divulgação do BIM como metodologia para a melhoria da gestão de projetos e o aumento da produtividade na construção. Em 2010, realizamos uma missão técnica nos Estados Unidos, onde visitamos a Carnegie Mellon University, em Pittsburgh, instituição referência no desenvolvimento de sistemas BIM. Nesse mesmo ano, organizamos o primeiro Seminário Internacional BIM, que se mostrou um sucesso.