PROJETANDO COM O PRÉ-FABRICADO
Waldeny da Silva Fiuza Arquiteto e Diretor do Lopes Fiuza Arquitetura
Neste ano, nosso escritório completa 35 anos de atuação, viabilizando empreendimentos residenciais, comerciais e hoteleiros, obras industriais, varejistas, esportivas e de saúde. Ao longo desse período, procuramos contribuir para a concretização e desenvolvimento dos negócios de nossos clientes, aliando arte e técnica.
Essa trajetória bem-sucedida contou com a apoio da pré-fabricação de concreto, pois sempre adotamos a solução, quando possível, em nossos projetos. Foram inúmeras obras comerciais e industriais construídas com essa solução. Atualmente, temos em nosso portfólio mais de 9 milhões de metros quadrados projetados, e o sistema construtivo tem uma participação importante nessa marca que alcançamos.
Os projetos mais recentes com a aplicação do pré-fabricado de concreto são duas obras voltadas ao setor de varejo: o supermercado Condor, na cidade de Maringá, no Paraná, e o supermercado Cofesa, em Itapetininga, no interior de São Paulo.
Realizar projetos com o pré-fabricado de concreto tem desafios, como a mão de obra qualificada. Além disso, no projeto precisamos racionalizar a solução, adotando uma modulação adequada para que o resultado seja realmente satisfatório e obtenha seus benefícios. Entretanto, uma modulação equivocada pode inviabilizar o uso ou ainda ceifar a possibilidade de renovação de outras atividades serem desenvolvidas naquele espaço.
Por outro lado, o sistema construtivo se destaca pela versatilidade, redução no tempo da obra, facilidade de expansão e baixo desperdício. Este último benefício citado está ligado às questões de sustentabilidade ambiental, um tema que vem ganhando ainda mais atenção nos últimos anos. Entretanto, é importante ressaltar que a arquitetura sempre otimizou o uso de recursos naturais, como a incidência dos raios solares e dos ventos, para proporcionar ambientes construídos ideais para as pessoas.
Em se tratando dos esforços empenhados pelo setor da construção para alcançar a neutralidade de carbono, a arquitetura tem papel essencial, uma vez que é a disciplina que dá início e projeta as edificações, que deverão zerar as emissões de CO2. Uma visão importante, nesse caso, está relacionada ao ciclo de vida do empreendimento a ser construído. A participação da arquitetura é fundamental, pois nosso papel está em projetar o edifício pensando em todas as etapas - antes, durante e após a sua vida útil, desde o canteiro, até sua possível demolição.
Por isso, considero fundamental a avaliação entre projeto, industrialização e sustentabilidade, porque ao aplicar sistemas construtivos industrializados, como a pré-fabricação de concreto, os projetos podem reduzir os impactos ambientais e as emissões de carbono. Essa realidade é decorrente de velocidade implementada pela solução e por se ter obras mais limpas, com pouco ou nenhum desperdício, sem retrabalho e pelas peças chegarem ao canteiro prontas para a montagem do empreendimento.
Por fim, gostaria de parabenizar a comemoração dos 10 anos da Revista Industrializar em Concreto, que tem apresentado as realizações desse mercado.