ABCIC EM AÇÃO
Prêmio Obra do Ano reconhece o empenho e a dedicação de empresas e profissionais para o engrandecimento do pré-fabricado de concreto na construção civil brasileira, de forma a consolidar a disseminação de seu uso nos mais diferentes segmentos, desde obras em shopping centers, indústrias, centros de distribuição e logística, até obras de infraestrutura e no setor habitacional
Aproximadamente 200 profissionais do setor, entre associados, entidades e personalidades representativas da construção civil prestigiaram a 5ª edição do Prêmio e o Lançamento do Anuário
O setor da construção se reuniu no dia 26 de novembro no Milenium Centro de Eventos, em São Paulo, para conhecer os vencedores do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto 2015. Uma iniciativa da Abcic - Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto, a premiação é um tributo à inovação, sustentabilidade, produtividade e técnica obtida com o uso dessa solução de engenharia. O evento recebeu cerca de 200 empresários e profissionais da indústria de pré-fabricados, engenheiros, arquitetos, representantes de entidades setoriais e de instituições governamentais.
Íria Doniak, presidente-executiva da Abcic, destaca que o Prêmio é um marco para o setor de pré-fabricados de concreto, por ressaltar a diversidade de aplicações que a solução de engenharia possui dentro da área da construção civil e da infraestrutura, homenageando projetos em diferentes segmentos, em todo o país. "Neste ano, o prêmio comemora cinco anos de trajetória bem-sucedida. Ao longo desse período, recebemos a inscrição de muitas obras interessantes em diferentes aspectos, como a sustentabilidade, a inovação, a produtividade, a eficiência e a adaptabilidade, que demonstram o expressivo desenvolvimento de nossa indústria", explica. "O Prêmio foi criado a partir de uma ideia sugerida por uma entidade parceira em uma reunião e ao levar para o Conselho Estratégico houve um apoio incondicional para que essa ação fosse iniciada", conta.
Segundo Íria, neste ano, o Prêmio recebeu inscrições de obras de todos os segmentos - CDL's, shopping center, infraestrutura, deck parking, habitacional e indústria -, além de áreas em que o setor de pré-fabricado de concreto está começando a atuar, como na infraestrutura energética e mineração. "Isso ressalta que a solução de engenharia vem avançando em outros nichos de mercado, diversificando, ainda mais, sua atuação".
A quinta edição do Prêmio Obra do Ano foi conferida ao empreendimento da Universidade Federal do ABC, situado no município de Santo André, em São Paulo. Constituído de diversos blocos, o escritório Aluizio A. M. d’Avila & Associados, responsável pelo projeto estrutural, inscreveu para participar da premiação os projetos dos blocos A e B. O primeiro possui uma área de 54 mil m² aproximadamente e é constituído de quatro pavimentos comuns e três torres: A1, A2 e A3, com sete, cinco e seis pavimentos, respectivamente, acima dos pavimentos comuns. O bloco B é formado por uma torre única, com área de 13.400 m², divida em treze pavimentos.
Décio Previatto presidente da CPI/Ibecon e Íria Doniak representando a Stamp recebem o prêmio Obra do Ano, pela estrutura pré-fabricada e fachada da UFABC
“Receber o prêmio Obra do Ano da Abcic representa o reconhecimento do esforço de mais de 30 anos da CPI no sentido de implementar o pré-fabricado como cultura no Brasil. Nossa empresa sempre batalhou muito para que fossem elaborados projetos diferentes, que incluíssem a utilização de pré-moldado. E a obra da Universidade Federal do ABC é um bom exemplo disso, pois se caracteriza por ser uma construção que foi inicialmente pensada com estrutura moldada in loco e com um nível de exigência de arquitetura muito grande. Nós conseguimos contemplar todos os aspectos do projeto, propondo uma estrutura em pré-fabricado que obedeceu os rigores da arquitetura, comprovando que o pré-fabricado é viável, é rentável, consegue cumprir prazos e é a melhor solução para a construção civil”, comentou Décio Previato, da CPI Engenharia, empresa responsável pelo fornecimento das estruturas pré-fabricadas da obra. Os painéis de fechamento foram fornecidos pela Stamp.
Segundo Previato, um dos principais desafios da obra foi o prazo de execução, uma vez que o projeto teve de ser refeito em função da alteração de moldado in loco para pré-fabricado. “Outros desafios foram: o desenvolvimento de um projeto em pré-fabricado para a execução de laje cubeta; vencer os grandes vãos previstos na concepção original do projetista e a presença de pilares curvos”, afirma. “Foi uma obra que nos deu muito prazer na sua execução pela importância arquitetônica e também para o Estado de São Paulo. Ficamos muito contentes com o prêmio que nos foi concedido pela Abcic”, concluiu Previato.
Para a construção dos blocos A e B da UFABC, foram empregados 16.800 m³ de concreto pré-fabricado, distribuídos em vigas e lajes armadas e protendidas compondo a arquitetura, peitoris, rampas, lajes e escadas pré-fabricas, pilares moldados “in-loco”, e painéis de fechamento pré-fabricados já com acabamento. A obra foi executada pela Construtora Augusto Velloso e contou com o projeto arquitetônico de Cláudio Libskind, e projeto estrutural de Luís Miguel Casella Barrese, com o apoio de José Luís Varela, do projetista Paulo Cezar Cavalcanti, além do envolvimento e apoio do engenheiro Aluizio d’Avila.
Um dos diferenciais do projeto é aliar todas as vantagens da construção com pré-fabricados à flexibilidade arquitetônica e a característica hiperestática da estrutura, com consequente redução de altura das vigas, das deformações e, sobretudo, menor consumo de materiais, eliminação quase total de formas, cimbramentos e desperdícios. "A solução de engenharia permitiu uma estrutura pré-fabricada em harmonia com a arquitetura do empreendimento composta de tetos livres, grandes balanços, fachadas pré-fabricadas, brises metálicos, não interferindo na plasticidade requerida pela arquitetura”, relata Previato.
Além disso, por solicitação da UFABC, o projeto da estrutura dos dois blocos foi aprovado pelo engenheiro e professor Augusto Vasconcelos, que determinou a realização de uma prova de carga no bloco B. Em concordância com o escritório Aluizio A. M. d’Avila & Associados, o prof. Vasconcelos propôs que parte da estrutura fosse submetida a carregamentos 20% superiores aos característicos e os valores obtidos de deformação das vigas e lajes foram praticamente zero, o que comprovou o bom funcionamento da estrutura.