ABCIC EM AÇÃO 2
Ele cita ainda que a industrialização pode contribuir no desafio da escassez de mão-de-obra na construção, que é um problema crônico em várias regiões do país e deve se potencializar nos próximos anos, principalmente, pela digitalização e maior acesso a informação pelos jovens que buscam alternativas de emprego com mais tecnologia e menos esforço físico.
Em sua avaliação, a construção convencional não será substituída pela industrialização, até porque parte dos novos edifícios apresentarão impedimentos para adoção do pré-fabricado de concreto pelas características ou especificações de projeto, pela impossibilidade de acesso dos caminhões de transporte ou pela dificuldade de montagem. Entretanto, em projetos onde não existam estes impedimentos, o sistema construtivo deve ser considerado. “Nossa expectativa é que teremos muitos edifícios altos pré-fabricados em execução, em função das vantagens e diferencias inerentes deste sistema construtivo, a exemplo do que acontece no continente europeu e asiático e na América do Norte”.
A Abcic tem trabalhado a questão dos edifícios altos há algum tempo, através das Missões Técnicas, que possibilitaram às indústrias conhecer obras internacionais de referência e visitar empresas de pré-fabricados internacionais, do relacionamento e troca de experiências e conhecimentos com entidade e associações mundiais, por meio da realização de seminários e eventos de conteúdo e da participação ativa na fib (International Federation for Structural Concrete), e das iniciativas e contribuições para elaboração ou revisão de normas técnicas específicas na área, como lajes alveolares, painéis de fechamento, ligações, entre outras.
“Essas ações e esses trabalhos criaram as bases para nortear a atuação do GT e contribuíram para os diversos edifícios altos que foram construídos no país”, enfatiza Leonardi.
Durante o Seminário Internacional, os participantes irão conferir em primeira mão dois trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelo GT da Abcic: o livro Coletânea de Edifícios Altos e de Múltiplos Pavimentos, que vai apresentar diversos cases na área, evidenciando aspectos técnicos, diferenciais e vantagens competitivas; e a tradução para o português do Manual de Edifícios Altos da fib, que contém informações sobre projeto, produção e montagem dos elementos pré-fabricados das estruturas e fachadas de edifícios altos, com cases de diversos países. “Este manual será um referencial técnico para especificadores, projetistas de obras pré-fabricadas, bem como para profissionais técnicos das empresas que que precisam se capacitar para executar esse tipo de obra”, explica Leonardi.
João Carlos Leonardi, coordenador do GT de Edifícios Altos: “A industrialização dos edifícios verticalizados pode colaborar por empregar tecnologias mais avançadas, reduzindo a geração de resíduos e possibilitando a desmaterialização das construções.”
Leonardi conclui ao ressaltar que a pré-fabricação de concreto é economicamente viável para uma parcela dos edifícios altos que estão sendo e serão projetados, o que já pode ser demonstrado em vários casos de sucesso onde o sistema foi adotado. “A exemplo do que aconteceu nos países mais desenvolvidos, será inevitável que a cada ano a competitividade das soluções industrializadas para edifícios altos aumentará em relação as construções convencionais”.
Em novembro, a Abcic anunciará os vencedores e as menções honrosas do 13º Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, nas categorias edificações, infraestrutura e pequenas obras. Considerada a mais importante premiação do setor no país, apresenta o estado da arte da pré-fabricação em concreto no país, homenageando empresas pré-fabricadoras que executam as estruturas, e os arquitetos e engenheiros projetistas que têm utilizado esse sistema construtivo em seus projetos.