GIRO RÁPIDO
A engenheira Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC, participou no dia 8 de dezembro, da live sobre Indústria 4.0, promovida pela Smart.Con. “A industrialização da construção é fundamental no contexto das transformações pelas quais a sociedade está passando. No Brasil, houve um avanço importante na racionalização dos processos construtivos, mas ainda existe um baixo índice de industrialização, quando comparamos a outros países. Com isso, a construção ficou estagnada, ou caminhou a passos lentos em termos de produtividade”, comentou.
Íria, que é membro do Conselho Consultivo da Smart.Con, lembrou que é preciso implementar novas tecnologias no setor da construção, juntamente com uma mudança de mentalidade no modo de construir. “Hoje existem novas demandas no mercado. Não basta projetar pensando apenas na resistência e durabilidade, há que se considerar também questões de desempenho e sustentabilidade que já estão presente na arquitetura contemporânea”, explicou.
Segundo a presidente executiva da ABCIC, quem estiver avançado na questão da industrialização nos canteiros de obras terá mais facilidade de trabalhar com as ferramentas da indústria 4.0. “O BIM, por exemplo, é muito importante para a indústria de pré-fabricados de concreto, pois possibilita a integração com o ERP das empresas, inserindo o projeto que é a origem com a automação dos processos dentro das plantas de produção , desde o corte e dobra, a concretagem, até a expedição da carga, além de proporcionar a rastreabilidade dos elementos desde a sua composição. É um instrumento que transcende o projeto, trazendo múltiplas vantagens”.
O evento contou ainda com a participação de Thomas Martin Diepenbruck, superintendente Técnico da HTB Engenharia e Construção e, também, membro do Conselho Consultivo da Smart.Con, que ponderou que algumas tecnologias da indústria 4.0 estão mais distantes do setor da construção. Por outro lado, há ferramentas que foram adotadas de forma mais acelerada, como os drones. “Um segredo é saber aliar a tecnologia, a digitalização com aquilo que a empresa tem como essência e conhecimento”, disse.
A seu ver, a informação é outro ponto que deve ser bem trabalhado pelas empresas, porque gera valor, assim como trabalhar realmente a demanda do cliente, percebendo sua linha de valor e quais são os parâmetros importantes a ele. Desse modo, será possível aplicar a melhor tecnologia no momento mais oportuno.
Santelmo Camilo foi o moderador da live da Smart.Con, com Íria Doniak e Thomas Diepenbruck
Durante a live, moderada pelo jornalista Santelmo Camilo, Íria e Diepenbruck trouxeram suas avaliações sobre o ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa). “Não é possível implementar essas diretrizes só porque estão na pauta atual. A empresa precisa ter um histórico nessas áreas, ou seja, ter iniciado sua implementação nos quesitos de segurança, qualidade e meio ambiente, com o desenvolvimento contínuo que possibilite absorver os parâmetros ESG. É importante lembrar ainda que não há desenvolvimento tecnológico sem gestão”.
Na visão de Íria, o ESG não depende do porte da empresa, mas da cultura. “No Selo de Excelência ABCIC, por exemplo, temos companhias de todos os portes que aderiram ao programa de certificação. Isso significa que depende da visão de quem está gerindo a organização”.
Diepenbruck corroborou com a análise de Íria, ao afirmar que empresas maiores podem ser mais morosas na tomada de certas decisões, além da questão de levar essa comunicação para toda a companhia, alinhando os fundamentos estabelecidos.