Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 6 - dezembro de 2015

CENÁRIO ECONÔMICO

Sondagens e Expectativas

Pelo terceiro ano consecutivo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou, por solicitação da Abcic, uma sondagem entre suas associadas. O objetivo foi traçar um perfil das empresas, obtendo números que permitam um melhor conhecimento do segmento, mas também apontar importantes indicações dos efeitos da conjuntura econômica e setorial sobre as empresas, contribuindo para a definição de ações estratégicas da entidade. 
Na sondagem deste ano, realizada entre julho e setembro de 2015, as empresas reportaram uma piora em seu desempenho. No que diz respeito ao total de empregos gerados pelas indústrias de pré-fabricados, a sondagem constatou que, em dezembro de 2014, as associadas da Abcic registravam um total de 11.295 funcionários, o que, na comparação com 2013, significa uma redução de 6,39%, ficando acima da média da indústria de materiais, que apresentou queda de 2,39% no mesmo período. 
A produção de pré-fabricados no ano de 2014, que alcançou a marca de 1.035.628 m3, também encolheu (-3,2%) na comparação com o ano anterior. A capacidade de produção instalada das empresas de pré-fabricados de concreto teve recuo de 2,6%, passando de 1,678 milhão de m3, em 2013, para 1.635 milhão de m3 no ano passado. O levantamento realizado pela FGV também constatou que, em 2014, as empresas de pré-fabricados consumiram 379,3 mil toneladas de cimento e 131,2 mil toneladas de aço. 
Pelo segundo ano consecutivo, o consumo de cimento caiu (– 10,7%), enquanto o consumo de aço registrou crescimento de 12,6%. Como a produção total de pré-fabricados se reduziu, esse movimento indica mudança tecnológica ou de perfil da produção favorecendo a demanda de aço. Prevaleceu a mudança tecnológica. De fato, em relação ao ano de 2013, a produção de concreto armado, que utiliza mais aço, aumentou, passando de 40,5% para 44,9%. 
Na comparação com 2013, cresceram as sinalizações de uso do concreto auto-adensável – passou de 58,1% para 66,7%. No que diz respeito à plataforma BIM (Building Information Modeling), em 2014 observou-se uma mudança marcante em relação ao ano anterior: o percentual de empresas que não conhece a ferramenta caiu de 20,9% para 4,9%.  Vale destacar também o aumento das sinalizações das empresas que conhecem e já implantaram ou que pretendem fazê-lo nos próximos 2 anos, que passou de 43,5% para 63,4%. 
Em relação à demanda, em 2015 shoppings e indústrias se mantiveram como os principais destinos das vendas do setor - os shoppings aumentaram sua participação, passando de 20,3% no ano passado para 30,1%. O segmento de infraestrutura, que vinha crescendo, voltou a cair várias posições e em 2015 representou apenas 8,4% da demanda das indústrias de pré-fabricados – em 2014, essa participação alcançou 14,3%. A área de varejo ganhou várias posições e se colocou em terceiro lugar, com 11,9%, atrás de shopping e indústrias. Na sequência, vem centros de distribuição e logística, com 10,9% de participação. Por sua vez, o segmento habitacional se manteve com a menor participação (5,3%).
Assim como nos dois anos anteriores, a sondagem incluiu perguntas relacionadas aos investimentos realizados pelas empresas no ano corrente (2015) e à intenção de investir em 2016. Também foram introduzidas questões para captar a percepção das empresas em relação ao desempenho da produção em 2015, assim como as expectativas em relação a 2016. 
O mesmo percentual de empresas apontou elevação e redução dos investimentos em capital fixo, o que significa que não deve ter ocorrido aumento dos investimentos para o conjunto das empresas em 2015. Um maior número assinalou intenção de reduzi-los em 2016: diferença de 17,5 pontos percentuais. Na sondagem da indústria de transformação, a intenção de reduzir os investimentos nos próximos 12 meses superou a de elevar em 14 p.p. Na indústria de materiais, a diferença foi 13 p.p em favor das empresas que reduziram seus investimentos.
 No que diz respeito à produção, a percepção dominante é de que houve queda em 2015: 30% das empresas indicaram redução na produção, enquanto para 12,5% houve aumento. Para 2016, a despeito de todas as incertezas, um maior número de empresas de pré-fabricados ainda espera aumento da produção.

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