Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 34 - abril de 2025

PONTO DE VISTA

Sustentabilidade e melhoria na eficiência das construções impulsionam o avanço da engenharia do concreto mundial

Como será fortalecida a participação dos novos engenheiros, por meio do Young Members Group (YMG)?

O Young Members Group (YMG) é fundamental para os engenheiros até 35 anos, no início de suas carreiras. Vamos fortalecer o YMG, pois entendemos que devemos colaborar com as próximas gerações para impulsionar o progresso e garantir a longevidade da fib em bases sólidas, pautadas pela excelência técnica, compartilhamento de experiências e desenvolvimento da engenharia de concreto no contexto global. 

É prerrogativa do presidente indicar o coordenador do YMG durante a sua presidência, faz parte de nossa estratégia pra atuação conjunta e interface com o conselho. O engenheiro Marcelo Melo, da Cagen Engenharia, havia sido indicado, por mim, dois anos antes, como “deputy chair”, porém assumiu a liderança um ano e meio antes, pois a coordenadora havia renunciado por questões de ordem pessoal. Neste período, ele concluiu o seu doutorado na Universidade de São Paulo (USP), tendo como orientador o professor Fernando Stucchi. Passou de professor convidado a professor contratado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

A fib possui dois eventos destinados aos jovens, o PhD Symposium e o International Sympoisum on Conceptual Design of Structures, o primeiro voltado aos que estão seguindo a carreira acadêmica e o segundo, cuja a 4ª edição se realizará, no Rio de Janeiro, em maio, é direcionado aos jovens que estão na academia e também nos escritórios, nas construtoras e na indústria. Por esta razão, uma liderança que atue nos dois campos é muito importante.

Você é a primeira mulher presidente da fib. O que isso representa para a comunidade da engenharia global?

Sou a primeira engenheira a ocupar esta posição de liderança e isso reforça a postura inclusiva adotada pela fib, que está aberta para a crescente participação feminina em papéis-chave como dentro do Presidium. A prova mais significativa disso é nossa colaboração de longa data, baseada no respeito mútuo. Acredito fortemente em dois princípios: habilidade, independentemente do gênero, e complementaridade, onde homens e mulheres, com suas qualidades distintas, podem realmente fazer a diferença. 

Outro fato relevante de sua eleição é ser a primeira cidadã brasileira e sulamericana na liderança da entidade. Qual a importância dessa questão?

É uma grande responsabilidade estar a frente dessa importante entidade. Ao mesmo tempo, é o reconhecimento de como o Brasil é relevante para a engenharia mundial. Nosso país sempre foi visto no mundo por sua excelência e qualidade, especialmente, pelo comitê Europeu do Concreto (CEB), uma das entidades que formou a fib, e dentro da própria fib com importantes nomes da nossa engenharia, citando o saudoso professor Vasconcelos representando outros relevantes nomes da nossa engenharia.  

Cabe lembrar que na América Latina, somos o único país com um arcabouço normativo independente, que tem crescido para atender as demandas da construção civil nacional, o que é muito relevante pois normalização é uma área que requer expertise em distintos temas e faz com que um país não fique sujeito a adotar outra normas, mas possa utilizá-las como referências em seus comitês, atentando as questões locais que podem ser climáticas, por exemplo. É um valor que devemos preservar. 

Sua participação na fib, desde 2008, tem gerado muitas conquistas para a engenharia brasileira. Poderia elencar momentos importantes nesse período?

São muitos momentos importantes, por isso é difícil escolher. Em 10 anos no Presidium, tive a oportunidade de acompanhar a liderança de 5 presidentes, com suas distintas características, todos admiráveis por sua integridade e competência técnica. Foi um intenso aprendizado ao mesmo tempo em que pude contribuir com minha visão em relação a diferentes pautas da agenda da organização.

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