PONTO DE VISTA
Como tem sido a aceitação dessas estruturas no mercado europeu e espanhol?
A aceitação tem sido muito positiva, desde o seu lançamento em 2022. Hoje temos mais de dois terços de nossas vendas realizadas com estruturas com diversas características sustentáveis e que reduzem 40% das emissões de CO2. Temos dois perfis de clientes que buscam essas estruturas. O primeiro, que acredita na sustentabilidade como valor ou visão, e quer puxar a fila pois vê que é uma contribuição positiva a sociedade, e o segundo, que acaba sendo motivado por mudanças em exigências dos organismos reguladores ou instituições financeiras, cada vez mais buscando alinhar as construções com a agenda de neutralidade de carbono.
Poderia citar alguns exemplos de novas tecnologias que a Consolis tem aplicado para alcançar a redução da emissão de carbono?
O processo de evolução tem transformado rapidamente nossa empresa cada vez mais em um hub colaborativo e científico de inovação, e temos colaborado com startups, universidades, centros técnicos, clientes e fornecedores no desenvolvimento e aprimoramento de muitas tecnologias.
Seja no uso de materiais novos, como nanopartículas de grafeno ou como geopolímeros, seja na melhoria de materiais existentes, como a utilização de cimentos reduzidos em CO2, seja na utilização de tecnologias inovadoras como a mineralização de CO2 por sua injeção líquida na mescla de concreto, ou também na utilização de câmaras de ultrassom, muitos são os materiais, processos, equipamentos e tecnologias que temos desenvolvido e melhorado em parceria com nossos stakeholders.
E é um processo contínuo e participativo, e que segue evoluindo, hoje temos em construção obras com estruturas pré-fabricadas com 40% menos CO2, e estamos em fase final do desenvolvimento da versão com 50% menos CO2, que lançaremos em breve, e esperamos seguir evoluindo em direção a neutralidade de carbono.
O desenvolvimento de tecnologia tem foco somente na descarbonização?
O desenvolvimento não segue somente na linha de descarbonização, mas em outras esferas da sustentabilidade, como por exemplo a circularidade, onde atuamos em muitas frentes, por exemplo reciclamos toda a água utilizada, ou levamos sucata dos clientes a nossos fornecedores para produzir aço sustentável para os projetos, ou produzimos casas ou pontes que são totalmente desmontáveis, que podem ser utilizadas anos depois em uma reconstrução em outro lugar.
Uma boa forma de reduzir é gastar menos recursos, e nos últimos 3 anos com investimentos em processos reduzimos 30% o consumo de água e 20% o consumo de energia. E o design é algo fundamental, que nos ajuda também nesse sentido, de utilizar menos materiais e materiais mais eficientes em menor quantidade.
Quais as mudanças realizadas na empresa para que esse processo inovador fosse implantado? Que metas foram estabelecidas?
Para que essa transformação fosse implementada, envolvemos toda nossa equipe no propósito de contribuição positiva nesses desenvolvimentos sustentáveis. Adaptamos nossa gestão para que nos tornássemos uma empresa mais horizontal, com a inovação e a sustentabilidade dentro de nossas pautas principais de gestão, sempre com foco em resultados e em pessoas. Em paralelo, implementamos um processo participativo, aonde a transformação vem das pessoas, de dentro e de fora. Dentro, temos princípios claros como dar poder as pontas, deixar as pessoas testarem, e aumentamos nossa tolerância aos erros, no conceito de falhar rápido e barato. Com as pessoas com mais autonomia e sem perseguição aos erros, conseguimos crescer a cultura da experimentação. Temos objetivos de redução de CO2 anuais, auditados e validados pelo SBTI (Science Based Targets).
O que é a Green Spine Line®? Como foi sua implementação e em especial ao que se deve o sucesso desta estratégia adotada pelo grupo Consolis?