ARTIGO TÉCNICO
David Fernández – Ordónez Secretário geral da fib , editor e autor do fib Boletim 88 Federação Internacional do Concreto Íria Lícia Oliva Doniak Presidente Executiva da Abcic e autora do fib Boletim 88 Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto.
3. Caminhando para emissão de EPDs
De todo o material compilado naa publicação da fib, classificada como um relatório do estado da arte no mundo, o aspecto fundamental e objeto de reflexão deste artigo é que todas as ações precisam desembocar num documento final, passível de ser avaliado preferencialmente por um organismo de terceira parte, denominado EPD (em português,
FIGURA 3 – Ciclo de Vida para um elemento pré-fabricado e estrutural indicando os limites do Sistema
Declaração Ambiental de Produto). Esta declaração, em síntese, atesta os dados ambientais sobre o ciclo de vida dos produtos de acordo com a norma internacional NBR ISO 14025 Rótulos e declarações ambientais - Declarações ambientais de Tipo III - Princípios e procedimentos.
É, portanto, necessário estabelecer o ciclo de vida do produto, considerando as fases estabelecidas na Figura 2 e meios confiáveis de, nas etapas estabelecidas, avaliar os indicadores que devem ser coletados, tomando-se por referência três grupos principais:
1) Indicadores de impactos ambientais:
FIGURA 4 – EPD para 1 ton de estrutura pré-fabricada (aplicação estrutural)
2) Indicadores da Utilização de Recursos:
3) Destinação de Resíduos:
No Brasil, a indústria da pré-fabricação em concreto, por meio da ABCIC, tem no Selo de Excelência ABCIC, que, a partir do nível III, é um importante ponto de partida para o desenvolvimento das EPDs , posto que antesde se ter as informações para compor os indicadores, é precisoter nas empresas uma cultura estabelecida para a coleta de dados e informação , com confiabilidade, bem comoanalisa-los de forma adequada. Também a cultura da auditoria e avaliação por órgão de 3ª parte, que, no caso do selo de Excelência Abcic, vem sendo realizadas pelo IFBQ (Instituto Falcão Bauer da Qualidade).
O CBCS (Centro Brasileiro da Construção Sustentável) estabeleceu para a indústria de blocos de concreto o ciclo de vida modular (ACV-m). Ele está baseado em requisitos mínimos, como consumo de energia, consumo de água, consumo racional de matérias-primas e emissão de CO2. Esses requisitos, acrescidos da geração e destinação de resíduos sólidos e líquidos, controle de ruídos e os impactos do transporte da planta de produção à obra, estão propostos no nível III do Selo de Excelência, não apenas como controle de impactos ambientais, mas incluindo o controle, treinamento do pessoal e a formação de indicadores. À época, em 2001, quando foi iniciado a estruturação do programa, o referencial foi a ABNT NBR ISO 14001 Sistema de Gestão Ambiental, com o intuito de trazer aspectos básicos e introduzir nas empresas aspectos de gestão ambiental. Portanto, os registros existentes devem ser analisados e considerados no desenvolvimento de elaboração das EPDs.