GIRO RÁPIDO
Os investidores estão cada vez mais incorporando aspectos ESG (Ambiental, Social e Governança) em sua análise e decisões de investimentos, assim como a iniciativa privada está implantando essas práticas. Para Renata Faber, Head de ESG na Revista Exame e analista de ESG na BTG Pactual, as companhias têm que fazer uma boa gestão do ESG, mas alguns aspectos são mais importantes dependendo do setor ou da empresa. “É fundamental entender o que é material em sua realidade, e agir para endereçar esses temas”, disse a especialista no Tendências no Mercado da Construção, organizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), no dia 25 de novembro. A ABCIC apoiou o evento digital.
Algumas pesquisas mostram que empresas que focaram no material criaram valor e aquelas que gastaram com pontos não materiais destruíram valor ao longo dos anos. Um exemplo tratado por Renata foi uma mineradora que tinha um grande problema ambiental, mas endereçava seus esforços para aspectos sociais.
No caso da construção civil, ela pontuou que há alguns desafios a serem vencidos na área ambiental, como o uso da água, descarte de resíduos e emissões de carbono; e na parte social, como a remuneração e as condições de trabalho nos canteiros de obras. “O que é material muda ao longo do tempo”, pontuou a especialista, que acrescentou que o ESG veio para ficar por conta da nova geração mais preocupada com o ambiental e social; e pelas mudanças climáticas.
De acordo com Afonso Mamede, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), os critérios ESG, embora sejam de adesão voluntária, começam a ser cobrados por bancos, investidores, clientes privados e públicos, comércio internacional, sociedade e consumidores. “A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 26) mostrou ao mundo que as mudanças são necessárias e urgentes ”, disse.
O Tendências no Mercado da Construção reuniu quase 2000 internautas e contou com a palestra de Sergio Leão, diretor de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura (IBRIC), que comentou que todos os investimentos de infraestrutura passarão pela agenda ESG e que não existe ESG sem a integridade, por isso elas precisam ser trabalhadas de forma conjunta e complementar. Ele ressaltou a importância de se ter um olhar no futuro, buscando entender os riscos e oportunidades e como ficará a operação e o investimento; e acrescentou que é preciso incluir a cadeia de fornecedores, parceiros e sócios nas análises dos parâmetros ESG.