Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 2 - agosto de 2014

CENÁRIO ECONÔMICO

Uma agenda para o crescimento

Com o enfraquecimento do mercado imobiliário – decorrente da redução dos lançamentos e vendas dos últimos dois anos - e a finalização de grande parte das obras ligadas à Copa do Mundo, a atividade setorial vem registrando forte desaceleração, abalando a confiança empresarial.
A Sondagem da Construção realizada pela FGV em julho com 703 empresas de todo País captou a queda expressiva na confiança do empresário - o indicador está 18% abaixo de sua média histórica.
Mas a despeito do baixo crescimento, ao assinalar as principais limitações para a melhoria dos negócios, os empresários da construção continuam apontando a falta de mão de obra qualificada como o maior problema de suas empresas. Desde o início da pesquisa em julho de 2010, esse é o item que lidera a lista de fatores assinalados pelas empresas.
Para entender essa preocupação, é preciso lembrar que nos últimos anos, o crescimento setorial foi impulsionado pela produção do segmento formal, ou seja, das empresas, que passaram a representar uma parcela mais significativa do PIB setorial. Esse movimento levou a maior formalização do mercado de trabalho, o que exigiu mais mão de obra qualificada.
Vale ressaltar que esse perfil da produção é algo relativamente recente. No final de 2003, a parte formal da construção representava 56% do PIB do setor. Em 2012, de acordo com o último número divulgado pelo IBGE, as empresas responderam por 75% do PIB setorial.  Ou seja,  se em 2003 para aumentar o PIB da construção era preciso estimular também o consumo formiga e a autoconstrução, atualmente é a produção empresarial a parte mais importante.
A maior formalização do setor, especialmente no que diz respeito à produção habitacional está ligada à expansão de crédito habitacional e ao Programa Minha Casa Minha Vida.  E esse deve ser um caminho sem volta. As novas metas para Programa Minha Casa Minha Vida (fase 3) – deverão ser mais 3 milhões de unidades - apontam a continuidade do programa, o que tem sido confirmado por todos os candidatos à Presidência. 
A retomada dos investimentos em infraestrutura – desejável e necessária – deverá representar também maior demanda por mão de obra. 
Nesse contexto, a desaceleração do crescimento não pode arrefecer as iniciativas voltadas ao aumento da produtividade setorial.  
Recente pesquisa da FGV Projetos para a Firjan identificou cinco grandes desafios para o 
setor de construção retomar taxas de crescimento sustentáveis:
intensificar o emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores de construção;
incorporar novas tecnologias ao sistema produtivo das empresas construtoras;
melhorar a capacitação da mão de obra em todos os níveis;
melhorar a atratividade para a carreira da construção; e contribuir para a mitigação de deficiências no ensino formal.
Ou seja, esses são os pontos que têm que estar na agenda de entidades e governos hoje e nos próximos anos para que o País reencontre sua rota do crescimento.


Ana maria castelo
Coordenadora de projetos do IBRE/FGV

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