Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 10 - abril de 2017

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Uso do BIM cresce na construção industrializada de concreto

Os dois contextos possuem a mesma essência: exigem planejamento antecipado, visão sistêmica dos empreendimentos, avaliação e resolução prévia de todas as interfaces, alta qualidade e precisão de projetos, garantia de exatidão no estabelecimento de prazos e custos, extrema redução de desperdícios e perdas com retrabalhos, qualidade e sustentabilidade 

Detalhes da estrutura em BIM do Viaduto Casemiro de Abreu.


Os segmentos da construção, engenharia e arquitetura do Brasil adotaram o Building Information Modelling (BIM) como uma solução completa capaz de quebrar paradigmas. Na última década, as principais entidades do setor têm se empenhado em trazer conhecimento e fomentar discussões técnicas para que toda a cadeia produtiva possa compreender o verdadeiro conceito dessa filosofia, que une tecnologia, multidisciplinaridade, integração e gestão, trazendo uma série de benefícios no que tange à produtividade, sustentabilidade, confiabilidade, qualidade, eficiência, precisão e rentabilidade.
E isso tem trazido resultados, com construtoras, incorporadoras e escritórios de arquitetura e de projetos utilizando o BIM na maioria e/ou totalidade de seus projetos. Algumas delas, inclusive, já realizam a integração com ferramentas de planejamento (BIM 4D) e outras já caminham nas experiências com o BIM 5D, que integra a variável custo, possibilitando a geração de orçamentos e análises quantitativas. Segundo um estudo da Dodge Data & Analytics, as construtoras no Japão (53%), no Brasil (52%), na França (48%) e na Alemanha (41%) apresentaram um percentual superior à média de todas as regiões (24%) no uso do BIM 5D, e 41% das construtoras em todos os mercados globais pesquisados citam como os três principais fatores que melhorariam o ROI (Retorno sobre o Investimento) no BIM, o fato de a tecnologia contribuir para a redução do custo do projeto. 
No entanto, a implementação do BIM não é fácil, segundo Alfredo Andia, professor da Universidade Internacional da Flórida, nos Estados Unidos, que é considerado um dos principais especialistas no estudo de tecnologias desenvolvidas para a área de construção e engenharia. Em uma pesquisa que ele realizou com 30 escritórios de arquitetura, construtoras e universidades que estavam implementando o BIM, ele constatou que é necessário não apenas aprender a lidar com a ferramenta (software), mas também é preciso mudar a cultura, a formação da equipe e a estrutura financeira e administrativa das empresas.
“O BIM é uma nova cultura, uma nova maneira de pensar e fazer, é uma inovação radical e quem não incluir este contexto na vida de suas empresas num futuro não muito longínquo enfrentará dificuldades. Por outro lado, por se tratar de uma nova cultura, sua assimilação e implementação é gradual", afirma Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC). “Além disto, a formação das pessoas envolvidas no processo deve ser contínua, contribuindo desta forma para que haja essa mudança cultural”, acrescenta.
Para Marcelo Pulcinelli, diretor de engenharia da Matec Engenharia, apenas as organizações com visão sistêmica e integrada estão efetivamente utilizando o BIM. "O discurso de que BIM é mais caro não cabe mais nos dias de hoje. As organizações que não entenderem que o BIM agrega valor em todo o processo produtivo, desde a sua concepção até a manutenção do edifício, em um futuro próximo, não irão mais conseguir estar ativamente no mercado”, enfatiza.
No segmento de pré-fabricados de concreto, a maioria das empresas já iniciou a implementação da tecnologia ou se encontra nos primeiros níveis, ou seja, a visão 3D (projetos com objetos tridimensionais), 4D (planejamento e prazos) e 5D (custos). De acordo com a Sondagem de Expectativas da Indústria de Pré-fabricados de Concreto, elaborada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a pedido da ABCIC, 53,3% das empresas entrevistadas conhecem e já implantaram a ferramenta, ou pretendem fazê-lo nos próximos dois anos.

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