INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Ações governamentais e setoriais
Por ser considerada estratégica, a filosofia BIM vem sendo trabalhada não apenas pelas entidades setoriais, mas também pelos órgãos governamentais. No final do ano passado, o Brasil assinou um acordo com o Reino Unido que prevê a difusão do BIM para a construção civil. Na ocasião, o ministro da Indústria Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, disse que esse é um incentivo para promover crescimento sustentável e trocas comerciais em construção civil e economia digital de ambos os países.
O MDIC também é parceiro da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em iniciativas que visam ampliar e acelerar a difusão da tecnologia BIM no Brasil, como o apoio à normalização, a produção de Guias e a concepção e ativação de uma Plataforma BIM na web.
Os textos preliminares dos Guias para o Processo de Projeto BIM, uma coletânea de seis volumes que tem o objetivo de orientar a implantação, contratação, coordenação e desenvolvimento de processo de projeto BIM, podem ser acessados no site http://www.guiasbim.com.br/.
Claudionel de Campos Leite, Especialista em Projetos da ABDI, lembra também do Manual da Construção Industrializada, cujo primeiro volume foi lançado em 2015, que possibilita o alinhamento dos conceitos e, em especial, entender a vinculação e uso na produção dos sistemas construtivos industrializados (SCI) de outros temas ou tecnologias igualmente essenciais para a industrialização da construção: a Coordenação Modular (CM) e a Modelagem da Informação da Construção ou BIM. Todas as ações da ABDI têm o apoio da ABCIC.
No caso das entidades setoriais, destaca-se ainda a edição dos Guias BIM da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), em dois volumes, e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em cinco volumes, de autoria de Wilton Silva Catelani (vide matéria na pág. 21).
Divulgação do BIM na área de pré-fabricado de concreto
Em 2012, o BIM já esteve em evidência em duas reportagens do Anuário da ABCIC. A primeira matéria abordou a tecnologia, com uma entrevista com o Marcelo Pulcinelli, da Matec, que ressaltou os benefícios obtidos com a implementação e integração do BIM para a construtora e para suas obras e comentou "Em uma obra industrializada com pré-fabricado de concreto, o BIM contribuiu com toda a parte de logística de canteiro e a qualificação de peças. Também ajudou a programar com mais precisão a entrega dos pré-fabricados, tornando a execução da obra uma sequência de montagem".
Outra reportagem publicada no Anuário ABCIC 2012 foi o case da construção da unidade Alphaville do laboratório Fleury, em Tamboré (SP). O projeto foi da Matec Engenharia, que utilizou a plataforma BIM como importante apoio para as etapas de compatibilização de projetos, planejamento e execução. "Em uma obra com prazo de execução tão curto (seis meses), a modelagem 3D foi decisiva pra compatibilizar as diferentes disciplinas, garantir a qualidade e evitar perdas ou retrabalhos", contou.
Já no Anuário ABCIC 2015, na reportagem "Em quase todos os projetos", o Shopping Norte Cantareira foi construído com o uso do BIM. "Isso nos ajudou a controlar tanto a execução e instalação, mas também a ter maior controle sobre a fabricação das peças, de forma que as entregas acompanhassem exatamente o cronograma da obra. Com isso, nós conseguimos gerar todo o planejamento da obra", destacou Fernando Augusto Corrêa da Silva, diretor da Sinco Engenharia.
Na revista Industrializar em Concreto, o BIM também já esteve em destaque na matéria intitulada "Tecnologia avançada e apelo arquitetônico reforçam a presença de pré-fabricado em fachadas", publicada na edição 8, de agosto de 2016. A obra do edifício administrativo do Batalhão da Polícia Militar do Estado de São Paulo contou com painéis pré-fabricados e o recurso da modelagem em BIM permitiu que os projetos de detalhamento para produção dos painéis pudessem ser visualizados em três dimensões, facilitando a interpretação pela área de produção da fábrica.