ARTIGO TÉCNICO
Joaquim Eduardo Mota - Doutor em Engenharia de Estruturas (EESC-USP),
Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) email:jemota@fortalnet.com.br
Magnólia Maria Campêlo Mota - Doutora em Engenharia de Estruturas (EESC-USP),
Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) email:magnolia.campelo@ufc.br
Juliana Jesus Gondim – Engenheira Civil, Universidade Federal do Ceará, email:julianajesus@gmail.com
RESUMO: O sistema construtivo de tabuleiros de pontes rodoviárias com vigas tipo I pré-moldadas e protendidas evoluiu conjuntamente com os avanços no concreto e na técnica da protensão ao longo de toda a segunda metade do século XX, consagrando-se mundialmente como uma alternativa muito competitiva para pontes numa faixa de vão que vai de 12m até 50m, atendendo assim a um percentual muito elevado da demanda de obras d´artes especiais.
No Brasil os valores usualmente adotados para o pré-dimensionamento das vigas do sistema partem de uma esbeltez média (L/H)=18 e de um espaçamento entre vigas dado por (L/36+2,0)(m) o que resulta numa faixa de intereixo entre 2,30m e 3,40m. (L=vão teórico , H=altura total do tabuleiro: viga+laje).
Neste artigo é apresentado um estudo de viabilidade de utilização de uma viga I pré-moldada e protendida pelo sistema de pré-tração com esbeltez média (L/H)=25 com faixa de intereixo entre 0,50m (vigas justapostas) e 1,50m. A ideia é ofertar uma viga mais leve, com peso máximo de até 15 tf, permitindo a sua movimentação por equipamentos de pequeno e médio porte para ser utilizada em tabuleiros de pontes rodoviárias com vão de até 30m.
Os resultados finais são apresentados em forma de gráficos relacionando vão, armadura de protensão e intereixo, sendo úteis para avaliação de custos numa fase de elaboração de projeto básico e de propostas comerciais.
Palavras-chave: Pontes Rodoviárias, Vigas Pré-Moldadas, Concreto Protendido.
1. INTRODUÇÃO
Inaugurada no Rio de Janeiro, no início de 1949, a chamada ponte do galeão é a obra pioneira que marca o início da utilização da protensão e também do sistema construtivo de tabuleiros de pontes com vigas tipo I pré-moldadas e protendidas no Brasil. Detalhes históricos do projeto e da execução desta obra podem ser encontrados na magnífica obra “O Concreto no Brasil – Volume 1”, Vasconcelos (2000).
Este sistema construtivo evoluiria conjuntamente com os avanços no concreto e na técnica da protensão ao longo de toda a segunda metade do século XX, consagrando-se mundialmente como uma alternativa muito competitiva para pontes numa larga faixa de vão que vai de 12m até 50m, atendendo assim a um percentual muito elevado da demanda de obras de arte especiais.
Os principais atrativos deste sistema construtivo são a redução dos prazos de obra e a eliminação do cimbramento. A protensão, por sua vez, viabiliza o sistema permitindo a utilização de vigas esbeltas com excelente desempenho e durabilidade. Sem a presença de nível de água elevado, situação de viadutos e pontes em rios temporários, a obra pode ser montada com o uso de guindastes, em caso contrário, recorre-se a equipamentos que se deslocam apoiando-se na própria mesoestrutura da ponte como é o caso das treliças lançadeiras, ver figura 2. Praticamente a única limitação a ser considerada no sistema é a da disponibilidade dos equipamentos de movimentação.