Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 5 - agosto de 2015

ARTIGO TÉCNICO

A sustentabilidade aplicada aos pré-moldados de concreto 

A fabricação de elementos como painéis, muitos deles feitos com acabamento para uso em fachadas, alcançou um desenvolvimento significativo no Brasil nos últimos anos, proporcionando racionalização e economia ao processo. Junto com o desenvolvimento da tecnologia foi necessário também que fosse pensada na estratégia de produção e no uso de diferentes tipos de equipamentos, como gruas, guindastes, formas baterias, sistemas de içamento e fixação.
Verifica-se nesse contexto, a existência de diferentes tecnologias e o crescimento tecnológico no desenvolvimento dos sistemas construtivos em pré-moldados, visando integrar cada vez mais os aspectos de sustentabilidade ao produto e ao processo.
 

3.3-Melhoria do desempenho e redução da emissão de carbono
A vantagem do pré-fabricado não é somente para a indústria, mas também para os usuários das construções, uma vez que as estruturas têm uma capacidade térmica que pode ser utilizada para melhorar a eficiência de energia de uma construção, denominado Fabric Energy Storage (FES). Segundo Tokudome (2005), esta capacidade do concreto e outros materiais pesados em absorver e armazenar calor proporciona que a redução de temperatura de pico de um ambiente em 3° a 4°C, seja retardada em até seis horas. Combinado a bons projetos, esta facilidade pode reduzir ou eliminar a necessidade de ar condicionado economizando energia, diminuindo custos e melhorando a qualidade do ar.
Concordando CCANZ (201?), menciona que as paredes de concreto, colunas e pisos possuem capacidade de absorver e armazenar calor. Esta função tem o efeito de regular o ambiente interno, através da redução e retardamento dos picos de temperatura. Esta técnica tem sido amplamente utilizada em edifícios de escritórios comerciais para criar confortáveis ambientes de trabalho para os ocupantes e para reduzir os custos de energia para o proprietário ou ocupantes.
Em avaliação técnica dos painéis pré-moldados de concreto, Freitas (2011) verificou que o produto atende e ultrapassam os critérios estabelecidos na Norma de Desempenho NBR 15575 (ABNT, 2013) em relação ao desempenho estrutural, estanqueidade à água, desempenho térmico, desempenho acústico, segurança ao fogo e durabilidade e manutenções necessárias No caso de todos estes itens, foram realizados ensaios em laboratório para verificar os índices específicos, tendo os painéis pré-moldados ultrapassados os critérios mínimos apresentados.
Para Gable (2009), podem ser elencadas várias características que favorecem o uso de pré-fabricados de concreto, entre elas: a economia de energia na indústria de produção, que apresenta oportunidades de economia com tecnologias avançadas; e a versatilidade térmica do material, que pode diminuir o uso de equipamentos de ar condicionado e reduzir a emissão de carbono da estrutura.
Para European (2009), devido às suas propriedades de massa térmica, um edifício de concreto consome energia de aquecimento entre 5 e 15% menor que um edifício de construção de baixo peso equivalente. A longa vida útil de um edifício de concreto também aumenta sua eco eficiência.
Assim, nota-se que o concreto tem processos industriais que permitem menor de geração de carbono na atmosfera, e também tem inúmeras vantagens em relação à inserção de sustentabilidade nos processos e produtos e cumprimento das leis vigentes.
O emprego de concretos com alta resistência mecânica e com elevada durabilidade (concreto de alto desempenho) pode contribuir sobremaneira para a sustentabilidade. Segundo Helene (2013), ao aumentar a resistência dos concretos, é possível reduzir as dimensões dos elementos estruturais, principalmente os comprimidos, reduzindo os volumes finais de materiais. Já o emprego de concretos autoadensáveis tem sido ainda mais viabilizado nos processos industriais de produção de elementos pré-moldados e pré-fabricados e promove a produção de estruturas ainda mais sustentáveis. Além disso, permite maior eficiência produtiva das fábricas, viabiliza turnos noturnos de produção com menos ruídos, maior economia de formas (pelo menor desgaste das mesmas com a exclusão da etapa de vibração do concreto), menor desgaste de equipamentos, da mão de obra empregada e da respectiva saúde dos trabalhadores. 
Segundo Doniak e Gutstein (2011), quando se tem um controle de qualidade e rastreabilidade do processo aliado ao uso do desenvolvimento tecnológico, como o ambiente industrial propicia, passa a ser possível racionalizar com maior eficácia. Havendo maior compatibilidade entre projeto e produção, com a adoção de concretos de alto desempenho e autoadensável, é possível otimizar a seção dos elementos, além da utilização do concreto protendido em alguns produtos e, consequentemente, poupar as jazidas naturais. O uso de concretos de alta resistência é inerente ao processo de produção de elementos estruturais pré-moldados a medida em que as dosagens requerem maiores resistências iniciais em relação aos concretos convencionais devido às situações transitórias decorrentes do manuseio, transporte e armazenamento. 
 

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