DE OLHO NO SETOR
Segundo o autor, o professor Mounir Khalil El Debs, o livro tem como lema: Pelo equilíbrio entre a experiência e a inovação para melhorar a construção e utilização das pontes de concreto estrutural.
Já a segunda parte, envolvendo os capítulos 6 a 10, poderá ser aplicada em disciplinas optativas da graduação ou de curso de especialização, direcionada a aplicação do concreto pré-moldado, bem como aos cursos pós-graduação, tanto na área de estruturas como na área de construção, principalmente, mediante parte dos apêndices nos quais existe aprofundamento na abordagem dos assuntos. “Tendo em vista esta possibilidade, os capítulos da segunda parte do livro têm um número significativo de referências, para que o leitor possa ir mais a fundo em tópicos de maior interesse”, explicou o professor.
Ele espera que os alunos de graduação aproveitem o conteúdo do livro ao apresentar os fundamentos das pontes de concreto, sendo uma forma de semear as alternativas em concreto pré-moldado, principalmente, na forma de pré-fabricados. Para alunos de pós-graduação e de especialização, a expectativa é que seja uma fonte de possibilidades para aplicações do concreto pré-moldado e para o aprofundamento em assuntos relação com essa tecnologia.
“Em relação aos profissionais, espero que a apresentação de alternativas construtivas em concreto pré-moldado, não usuais no Brasil, possa provocar este público a fazer - para situações em que a alternativa é considerada “normal”, “tradicional” ou “clássica” e, também, aquelas que “o mercado está acostumado” ou “o construtor tem grande experiencia” - reflexões do tipo “mas será que neste caso, não vale a pena avaliar outra alternativa””, comentou Mounir.
A ABCIC já havia apoiado o lançamento do livro anterior de Mounir. Neste projeto, a entidade participou como patrocinador Gold. “Esse apoio para mim mostra a valorização do meu trabalho. Destaco também o empenho da minha amiga Íria Doniak para a obtenção de outros patrocinadores e apoio institucional”, afirmou. Para ele, a ABCIC tem sido uma grande parceira para a academia. “Esta associação, da academia como o setor produtivo, é muito importante para o desenvolvimento do concreto pré-fabricado no Brasil, como foram os 3 “PPPs” (Encontro nacional de Pesquisa-Projeto-Produção em concreto pré-moldado), realizados na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, em 2005, 2009 e 2013”, ressaltou.
Por fim, sobre o mercado de pré-fabricados de concreto, Mounir ponderou que as principais razões que têm dificultado o emprego de pré-fabricados são: o sistema tributário que penaliza a pré-fabricação, a instabilidade econômica que dificulta o planejamento e os investimentos a longo prazo, o conservadorismo dos agentes e de procedimentos envolvidos, a falta de padronização de componentes, o pouco conhecimento do potencial da técnica.
As duas primeiras razões são de natureza macroeconômica. As restantes são culturais ou consequência das primeiras. “Espero que o livro seja uma importante contribuição em relação ao pouco conhecimento do potencial da técnica”.
Ele afirmou ainda que os desafios do setor estão relacionados com o convencimento dos “donos da obra”, que são o governo, nos três níveis, e as concessionarias das vias, das vantagens do emprego do concreto pré-fabricado. Neste sentido, deve-se destacar que a viabilidade da construção deve levar em conta os custos diretos e os custos indiretos.
Na maioria das vezes, disse Mounir, considera-se apenas os custos diretos e imediatos da obra, o que prejudica o concreto pré-fabricado. Os custos indiretos estão relacionados com o menor tempo da construção, com a durabilidade e manutenção e até com a desativação da obra. O menor tempo reduz os transtornos da construção, o que pode ser muito importante várias situações.