Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 22 - abril de 2021

ABCIC EM AÇÃO

Abcic Networking VIII reúne associados e convidados para compartilhar informações e apontar caminhos na atual conjuntura nacional

Realizado em formato virtual, o tradicional evento da Abcic contou com a apresentação da economista Ana Maria Castelo, da FGV, que tratou do cenário econômico e perspectivas para este ano; e com a palestra de Luciene Rosa e Hermano Pinto, da Informa Markets, organizadora do Concrete Show South America, que mostrou as atividades previstas para a feira em formato híbrido

Hermano Pinto e Luciene Rosa, da Informa Markets, organizadora do Concrete Show South America, deram detalhes do evento híbrido que ocorrerá em setembro

Na sequência, Íria ainda fez uma rápida apresentação sobre a Abcic, apresentando a missão bem como os quatro pilares – institucionais, promocionais, estratégicos e técnicos -, que movimentam as ações promovidas pela entidade, como por exemplo, o Selo de Excelência da Abcic, Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, as Missões Técnicas, e mais recentemente a newsletter, que foi implantada no início da pandemia para compilar as principais informações da construção civil para conhecimento dos associados. Citou o planejamento estratégico realizado em 2015 que, ainda atual, continua alimentando as atividades inseridas no planejamento da entidade. Outra atividade comentada foi o Guia de Aplicação das Estruturas Pré-Fabricadas de Concreto, que está em desenvolvimento e será uma ferramenta prática para localização dos tipos de soluções fornecidas pelo setor.
A primeira apresentação ficou a cargo de Hermano Pinto e Luciene Rosa, do Concrete Show South America, que destacaram que o objetivo da feira é trazer muitas inovações e novas aplicações para o desenvolvimento das áreas do concreto e do cimento e que a plataforma de negócios está abertura o ano todo para relacionamento, apresentação de produtos e fechamento de negócios. “Temos um grande espaço para o pré-fabricado de concreto porque acreditamos que o Brasil deve ampliar ainda mais sua utilização”, comentou Pinto.
A grande novidade informada foi a realização do Concrete Show, de forma híbrida – online via plataforma e presencial no São Paulo Expo – entre os dias 1 e 3 de setembro. O intuito é agregar mais pessoas e ampliar as relações dentro do mundo da construção. Com isso, a programação manterá sua estrutura física, com plenárias, keynote speakers, debates e cases práticas, e virtual, com entrevistas, meetups e palestrantes técnicas, sobre os mais variados temas ligados ao segmento. 
Segundo o diretor do Concrete Show, existe um volume de confirmações que garante a realização da feira. Além disso, a organização tem trabalhado novas ofertas e formatos de participação, ampliando e atraindo novos segmentos, como a área de agregados e o segmento de serviços. Quanto à visitação internacional, ele ressaltou que isso vai depender das regras de cada país de origem e do Brasil. “Isso não está claro, mas se houver a restrição, vamos encontrar soluções para interação”.
Também foi apresentado ao público participante do Abcic Networking VIII os temas a serem discutidos no Digital Series, que ocorrerá ao longo deste ano: infraestrutura, sustentabilidade, Building Information Modeling (BIM), segurança em obras, e inovações em concreto e sistemas construtivos & soluções inovadoras para habitação popular. 
Nesse sentido, Íria enfatizou a importância do Concrete Show Experience promovido no ano passado, que possibilitou uma interação muito dinâmica e agregou novas possibilidade de ações. “As plataformas têm sido cada vez mais exploradas e os recursos de interação têm evoluído em uma velocidade para dar um suporte necessário. Mas, o grande destaque, sem dúvida, foi a qualidade de conteúdo apresentada. Entendemos que esse evento é o hub de conexão com toda a cadeia do concreto e do mercado e com os nossos fornecedores”.
A seguir, Ana Castelo tratou do tema “Perspectivas para 2021: a construção pode ser propulsora da retomada? (Desafios e Soluções)”, no qual fez uma retrospectiva do que ocorreu em 2020, cujas medidas do governo mitigaram um maior impacto do isolamento social sob a atividade econômica. Com isso, o PIB caiu 4,1, mas a projeção de queda era muito maior, entre 8% e 9%. No caso do Estado de São Paulo, o PIB ficou em estabilidade, com um ligeiro crescimento de 0,4%, devido à alta do setor de serviços (1,8%) e da construção (3,8%). 
No caso da construção, a queda de 7% do PIB do setor foi resultado da redução do encolhimento da área informal, demonstrado pela redução de ocupação em mais de 800 mil e da indústria de materiais que não acompanhou o volume de vendas recorde registrado pelo comércio. Contudo, a economista ressaltou que no final do ano, a criação de empregos formais obteve um saldo líquido positivo, com mais de 112 mil postos de trabalho, sendo o principal setor gerador de empregos com carteira assinada no ano passado. 
Em sua apresentação no Abcic Networking VIII, Ana Castelo fez um exercício estatístico, mostrando que se o patamar de atividade se manter como poucas variações ou estável ao longo deste ano, o setor da construção pode alcançar uma alta entre 0,5% e 3,6% no PIB, pelo efeito carregamento. 
“Nosso setor é de ciclos longos, principalmente, na parte formal, que representam mais de metade do PIB setorial, o que significa que as decisões tomadas há algum tempo estão refletindo hoje. Assim, a perspectiva de crescimento do setor neste ano está ligada, em grande parte, aos investimentos realizados ou em andamento ou de projetos já vendidos”, disse Ana Castelo.
Sobre os primeiros sinais de 2021, a economista apontou que a indústria e serviços apontaram crescimento e o comércio, após superar o nível pré-pandemia, obteve uma queda. Com isso, em janeiro a atividade econômica subiu 1,04% em relação a dezembro, segundo informações do Banco Central.  No caso da geração de emprego, a construção fomentou mais de 43 mil novos empregos em janeiro, perdendo apenas para a indústria. A área de edificações respondeu por 43% das vagas. A expectativa, nesse sentido, é que o mercado de  trabalho se mantenha positivo.
A área de materiais da construção mantém o dinamismo do ano passado, assim como as vendas de cimento e do aço, o que demonstra que as atividades continuam aquecidas. A produção de materiais alcançou uma média 11,5% superior em janeiro deste ano ante o mesmo mês do ano passado. “A percepção é que a demanda continua muito forte. Houve um arrefecimento em dezembro e janeiro e retomada em fevereiro. Essa produção deve crescer. Os estoques estão baixos, o que sinaliza que a indústria deve continuar com a produção positiva nos próximos meses”, explicou Ana Castelo.
 Apesar de as construtoras terem uma percepção positiva pela recuperação no segundo semestre de 2020, o cenário de incertezas é preocupante. “Estamos passando pelo pior momento da pandemia, que exige o fechamento das atividades e repercute sobre os indicadores que captam a deterioração desse cenário”, disse. Com isso, o Boletim Focus, do Banco Central, estima um aumento do PIB de 3,23%, inflação em torno de 4,6% e Selic de 4,5%. 

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