Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

ABCIC EM AÇÃO

Abcic Networking XIV marca a segunda edição sobre sustentabilidade

Evento mostrou que a construção industrializada de concreto deve aproveitar as oportunidades trazidas pelo mercado, que estão focadas na redução das emissões de carbono.

No caso da Arcelor Mittal, tratou de duas iniciativas de desmaterialização da companhia, através de dois produtos: o CA50 XCarb e o CA50S AR. O aço CA50S AR de alta resistência, é soldável, com limite de escoamento mínimo de 700 MPa, resistência a tração 40% superior ao vergalhão convencional, possibilitando racionalizar o uso de aço nas estruturas. Nesse sentido, a Precon, associada da Abcic, utilizou esse material para a construção de um viaduto sobre a Via Expressa, em Belo Horizonte, para dar acesso à Arena MRV. As sete vigas usadas tinham 40 metros e pesavam 80 toneladas. Foram aplicadas cordoalhas e barras CA50 de 25 mm. “A desmaterialização é possível com o uso de tecnologia de alta qualidade”, pontuou. 

Carrera trouxe ainda as metas da ArcelorMittal, que pretende liderar a descarbonização na indústria siderúrgica em nível global. Para 2030, a redução é de 25% das emissões de CO2 e para 2050, a empresa espera alcançar a neutralidade. Para isso, irá investir US$ 10 bilhões até 2030. Contou ainda o histórico de ações sustentáveis da empresa, incluindo o pioneirismo na Declaração Ambiental de Produto (DAP) Tipo III e a Declaração de Segurança Química de Produto (HPD).  

Sobre o XCarb, vergalhão com alto percentual de matéria-prima reciclado (sucata), 100% de energia renovável e baixa pegada de carbono, tratou do primeiro projeto piloto com a Tegra, obtendo como resultado a redução de 64% da emissão dos CO2 comparado com um vergalhão atual da própria ArcelorMittal. Segundo Carrera o vergalhão é certificado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), além de certificados de energia elétrica renovável na produção. “As empresas que possuem capital na bolsa buscam essas certificações”, disse. 

Os participantes que estiveram no Abcic Networking XIV também puderam acompanhar um estudo de caso de um projeto de um galpão de armazenagem de fertilizantes, construído em Santos, litoral paulista, com altura média de 13,8 metros e taxa de aço de 80 kg/m³ de concreto. O estudo foi realizado em pilares e vigas, e analisou o uso dos diferentes aços da companhia isolados ou combinados (CA50, CA50 XCarb, CA50 S AR). Foi comprovado que o uso de aço XCarb diminui as emissões, mas tem um custo maior porque o processo é mais demorado. Em termos de melhor custo, a opção é o uso do aço convencional e do CA50 AR. “Vou desmaterializar minha construção com o AR, utilizando onde for preciso”. 

Para Carrera, a construção industrializada de concreto deve sair na frente em busca das novas oportunidades apontadas pelo mercado, onde a busca das construções com baixa pegada de carbono pode ser conquistada através da utilização de ações inteligentes. 

Abcic Networking promove conhecimento e relacionamento entre o ecossistema da pré-fabricação de concreto

A segunda palestra “Vantagens competitivas com foco na sustentabilidade das cordoalhas de alta resistência” foi proferida por Anthony Freitas de Oliveira, engenheiro de Aplicação Pleno da Belgo Arames, que trouxe um histórico sobre protensão, a evolução do aço para protensão, desde a CP 177 RN e RB até a CP 240, os benefícios do uso dos aços de maior resistência, o potencial de aplicação das cordoalhas de alta resistência, e como esses materiais inteligentes contribuem para a sustentabilidade.

Segundo os participantes do Global Construction Survey de 2023 KPMG, a descarbonização se tornou parte central de qualquer projeto e listaram as três iniciativas mais importantes que são eficiência energética, redução de resíduos da construção e uso eficiente de materiais. “Cada vez mais os concretos de ultra alto desempenho, com resistência igual ou acima de 150 MPa, e o aço tanto o longo como o de protensão, precisam evoluir. É a desmaterialização com uso de materiais mais eficientes”, explicou. Acrescentou também que o foco em sustentabilidade traz benefícios de redução de custo e otimização de mão de obra.

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