Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

ABCIC EM AÇÃO

Abcic Networking XIV marca a segunda edição sobre sustentabilidade

Evento mostrou que a construção industrializada de concreto deve aproveitar as oportunidades trazidas pelo mercado, que estão focadas na redução das emissões de carbono.

Sobre os benefícios da utilização de aços de maior resistência, como por exemplo o CP 210, Oliveira citou a mesma bitola e peso específico da CP 190, com aço de maior resistência, menor consumo de aço para protensão e acessórios, incremento de resistência à tração na ordem de 10% e de um preço de 6% diante do CP 190. “Vai haver redução de custos”, pontou. Outros benefícios são: minimização do congestionamento de bainhas e seção de ancoragem e otimização de mão de obra com menor movimentação de cabos. “Vai ter ganho de produtividade significativa se diminuir o número de cordoalha; e em casos de vigas pré-fabricadas que possuem uma utilização grande de cordoalha, reduzir cabos por viga pode trazer redução significativa”, afirmou.

Oliveira apresentou o potencial de aplicação do aço CP 210 em vigas pré-moldadas para pontes, que obteve como resultado a redução de uma cordoalha por bainha de todas as tipologias. O custo final das soluções com CP 210 foi 2% inferior. Mostrou também casos emblemáticos nas áreas de infraestrutura, em lajes, vigas e pisos. 

Durante o debate, o engenheiro Fernando Stucchi, líder da delegação brasileira na Federação Internacional de Concreto (fib), comentou sobre a experiência da engenharia brasileira com milhões de obras executadas em todo o país e sobre a participação nacional para a elaboração do Model Code 2020. “São Paulo tem mais prédios do que a maioria da Europa. É uma história de mais de 100 anos. Nossas soluções, que são mais econômicas do que a de outros países, estão em evidência", disse. 

Ao final, Íria destacou que a Abcic tem participado de vários fóruns de sustentabilidade e a questão da desmaterialização tem sido sempre colocada em pauta. “Não podemos analisar o aço e o concreto de forma separada. A combinação de toda a tecnologia disponível somada à solução dada no projeto são fundamentais para alcançar esse objetivo. Isso significa que tanto a eficiência construtiva, como a eficiência de projeto contam a favor da redução das emissões. Precisamos avaliar a redução das emissões em kg/m2”, finalizou. 

Entre os representantes de entidades parceiras da Abcic estavam o engenheiro Afonso Mamede, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), que destacou a importância da sustentabilidade para a construção. “Esse fórum trouxe informações relevantes sobre como a cadeia do aço tem trabalhado essa questão. No caso dos equipamentos, a indústria tem se empenhado para reduzir o impacto ambiental na produção e para diminuir as emissões  quando as máquinas estão em operação. Entre as tendências estão a eletrificação, uso do hidrogênio como combustível e hibridização. Nesse contexto, a Sobratema já conta com um “Comitê de Sustentabilidade”, analisou.

Pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim), Daniel de Lucas, coordenador de Tecnologia e Qualidade, ressaltou como o tema precisa ser debatido para encontrar meios de reduzir a pegada de CO2 e entender como ter estruturas mais eficientes e com materiais mais avançados. "Trabalhamos, em parceria com a Abcic, para desenvolver os inventários para determinar a pegada de CO2 de produtos com cimento, entre eles, as estruturas pré-fabricadas de concreto".

O Abcic Networking XIV contou com o patrocínio da ArcelorMittal e da Belgo Arames.

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