ABCIC EM AÇÃO
Em relação aos impactos ambientais com o uso desses concretos, ele disse ser necessário ter mais informações para saber o que é melhor para a composição de cada solução. “Ao dimensionar a estrutura, precisamos calcular qual é a mais eficiente em termos de custo-benefício. Com a questão ambiental, precisaremos ter outra calculadora para medir em quanto será possível diminuir as emissões de carbono. É um desafio que está sendo colocado pelo mercado”, ressaltou. Em sua análise, uma parte importante deste trabalho fica a cargo do projetista de estruturas, que terá que entender, realizar os cálculos ambientais e de custo x benefício para ter a composição que seja melhor para a aplicação requerida.
Segundo ele, a capacidade de resistir ao cisalhamento do concreto com fibras é maior, sendo vantajoso até mesmo do ponto de vista da desmaterialização. Contudo, a seu ver, não existe uma solução única, pois cada tecnologia tem suas características e benefícios, por isso o importante é buscar uma sinergia entre os materiais para evoluir no processo. “Não podemos ficar na discussão de qual é o melhor ou mais vantajoso. Precisamos é estar constantemente em busca de soluções criativas”, reiterou.
Manual de Montagem digital
Durante a abertura do Abcic Networking XVI, a engenheira Íria Doniak, informou aos convidados e associados sobre a ação inédita da Abcic para digitalização de seus conteúdos técnicos.
A publicação que inaugura essa nova era é o Manual de Montagem das Estruturas Pré-Moldadas de Concreto, considerado uma balizador e uma ferramenta de consulta essencial para as operações envolvendo a montagem das estruturas pré-fabricadas de concreto
O arquiteto Paulo Santos, coordenador da Projetos Especiais da entidade, responsável pelo desenvolvimento da versão digital, destacou que a ferramenta precisa estar disponível em todas as situações. Desse modo, é responsiva para qualquer dispositivo eletrônico – smartphones, tablets, leitores de e-book e notebooks.
A versão digital oferece uma visão integrada de todo o processo nas interfaces com a comercialização, projeto e produção das estruturas, bem como apresentar os princípios elementares das atividades inseridas neste processo de forma detalhada e em linguagem acessível.
Outro ponto levantado por Cárnio foi o controle de qualidade das fibras. “É preciso exigir dos fabricantes essa qualificação dos produtos, uma vez que temos normas para todos os tipos de fibra”, salientou.
Durante os debates, Íria lembrou os esforços realizados pelas empresas do setor de pré-fabricados em relação à inovação e a desmaterialização rumo à neutralidade do carbono. O Caderno de Dados Setoriais da Abcic apontou que 56% estão em fase de estudos para a implantação do UHPC, com registros de que 4,9% implantou o UHPC e 2,4% em fase de implementação.
O Abcic Networking XVI contou ainda com a apresentação de Hermano Pinto Jr. diretor do Portfólio de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets, que tratou sobre o Concrete Show. Ele citou os objetivos da feira, ressaltando que a plataforma de negócios é o ponto de encontro do setor, palco de lançamentos e tendências, com soluções diversas para todo tipo de negócio. A edição deste ano terá 40 mil m² e a entrada de mais 50 novas marcas expositoras. O Congresso, com três palcos, vai debater os assuntos mais relevantes do setor, incluindo a pré-fabricação de concreto. (vide matéria na pág. 46)
Em entrevista para a Revista Industrializar em Concreto, o professor da PUC-Campinas Marco Cárnio, afirmou que o Abcic Networking é uma iniciativa importante da Abcic, ao conceder uma oportunidade para debater conteúdo técnico e para integrar academia e indústria. “Essa interação é fundamental. Vemos um envolvimento cada vez maior da entidade e das empresas com os trabalhos acadêmicos, contribuindo para que eles sejam aplicados no mercado e na sociedade. É uma forma de estender o conhecimento que está dentro da Universidade”, comentou. Especificamente sobre o UHPC, Cárnio analisou que o maior campo para essa tecnologia avançar está na pré-fabricação de concreto.