Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 29 - setembro de 2023

ACONTECE NO MUNDO

Brasil contribui para o desenvolvimento das estruturas de concreto no mundo

Com participação ativa nas comissões, grupos de trabalho e no Model Code da fib, a delegação brasileira, liderada pelo engenheiro Fernando Stucchi, tem levado a expertise da engenharia nacional para auxiliar na elaboração de estudos e publicações internacionais, que norteiam o desenvolvimento das construções em concreto globais

O Brasil participa ativamente da Federação Internacional do Concreto (fib), principal entidade do setor no mundo, por meio de uma delegação nacional, formada por engenheiros da Associação Brasileira de Construção Industrializada (Abcic), da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) e do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Os integrantes da delegação nacional, são respectivamente, Íria Doniak, Fernando Stucchi e Odinir Klein Jr, Júlio Timerman sendo que o Stucchi com a concordância de seus pares está na posição de “head” do grupo brasileiro (NMG – National Member Group). 

Neste ano, o engenheiro Fernando Stucchi, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e sócio-diretor da EGT Engenharia, líder da delegação brasileira, e a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, participaram do fib International Symposium 2023, em Istambul, na Turquia, enquanto o engenheiro Marcelo Melo, da Casagrande Engenharia, representou o país no International fib Symposium of Conceptual Design of Structures, em Oslo, na Suécia.

O fib International Symposium 2023 teve como tema central “Construindo para o Futuro: Durável, Sustentável, Resiliente", e reuniu 457 engenheiros, de 55 países, entre os dias 5 a 7 de junho de 2023, que acompanharam 6 palestras magnas e 14 apresentações de conferencistas convidados. O evento contou ainda com 3 sessões científicas paralelas que aconteceram durante a conferência, totalizando mais de 400 apresentações divididas em seis sessões ao longo dos três dias.

O principal objetivo do simpósio era fornecer uma plataforma para cientistas, engenheiros, indústrias e profissionais apresentarem e discutirem avanços, aplicações práticas e perspectivas futuras em termos de durabilidade, sustentabilidade e resiliência no setor da engenharia civil. Abordou temas relacionados ao concreto e materiais inovadores, desempenho estrutural e design, métodos de construção e gestão, e estruturas marcantes.

Representantes das delegações nacionais que compõe a fib aprovam por unanimidade o Model Code 2020. O Brasil está representado a direita por Fernando Stucchi e Íria Doniak

Segundo Stucchi e Íria, em Istambul foram promovidas três reuniões importantes e interessantes nos dias que antecederam o evento, sendo a primeira relacionada ao Model Code 2020 (fib commission 10), onde foi apresentado um resumo de conteúdo da publicação. O MC é considerado o documento pré-normativo mais relevante da engenharia do concreto estrutural, pois incorpora avanços do conhecimento, novas descobertas e necessidades do universo do concreto. 

“Parte dos nossos comentários, que contaram com a participação de um grupo nacional com 44 profissionais oriundos das três entidades que formam o NGM, foram aceitos, como a revisão do “Global Resistance Factor”. Por outro lado, outros comentários não entraram no material, como os alertas para os riscos do uso de programas de Elementos finitos Não-lineares”. Argumentamos à época da revisão sobre o exemplo do Metro do Panamá, que está em operação há quase dez anos. A obra foi projetada por uma empresa americana, verificada por engenheiros brasileiros e por uma empresa europeia, que ao usar esses programas, concluiu equivocadamente pela possibilidade de o viaduto cair”, explicou Stucchi, que refletiu sobre a importância de qualificação profissional, do cuidado ao utilizar programas para resolução de problemas reais, pois há a necessidade de ajustes a resultados experimentais equivalentes. 

O MC2020 foi debatido também no Conselho Técnico e na Assembleia Geral, sendo aprovado. O Brasil votou a favor da aprovação por entender que é possível aguardar as próximas revisões para ter consenso em questões mais complexas. A publicação está prevista para o final deste ano e trará como destaque, em relação a versão anterior, a pauta da sustentabilidade e das estruturas existentes.

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