Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

PONTO DE VISTA

Caminho mais direto para a sustentabilidade na construção é a industrialização

"O máximo potencial dos pré-fabricados de concreto podem ser alcançados se é a opção escolhida desde o princípio, antes mesmo da concepção do projeto, e levando-se em consideração todos os benefícios do sistema, em termos de controle e apoio técnico, que ao final têm reflexos na parte ambiental quantificadas através das DAP."

Como vê o tema da sustentabilidade e quais as ações da ANDECE ligadas ao tema?

O objetivo principal da minha participação no Seminário Estruturas de Pré-Fabricadas de Concreto, durante o Congresso do IBRACON foi apresentar o avanço deste tema na ANDECE, que começamos em 2017, com um estudo de compilação de dados de todo o setor de pré-fabricados de concreto da Espanha, com o intuito de desenvolver as Declarações Ambientais de Produtos (DAP) pré-fabricados de concreto. Foi um trabalho muito intenso, com mais de 150 empresas participantes, que forneceram as informações necessárias, e um consultor ambiental especializado, para ter um perfil ambiental dos impactos dos nossos processos produtivos. Tivemos um conjunto de valores de referências a partir dos quais começamos a calcular para obter métricas, a fim de reduzir paulatinamente os impactos ambientais, para nos alinhar com os objetivos europeus de alcançar a neutralidade climática em 2050. 

Parece um objetivo distante, mas quanto antes começar melhor. Esse primeiro trabalho foi finalizado em 2018, com 7 declarações de produtos pré-fabricados de concreto, agrupadas em distintas categorias. Cobrirmos todos os tipos de produtos, como estruturas, fachadas e fundações, entre outros como blocos, pavers e tubos. 

Em 2022, a medida que o mercado foi demandando mais informações ambientais, decidimos criar um grupo de trabalho, com a participação de fabricantes e de outros agentes externos, como consultores ambientais, experts da indústria de aditivos químicos e o mesmo consultor que trabalhou no desenvolvimento das DAPs, para ter uma visão mais completa. Eles analisaram uma série de medidas para ver o impacto que havia quanto à redução de indicadores ambientais, especialmente, das emissões de CO2, e desenvolvemos um roteiro para cada uma dessas sete categorias de pré-fabricados de concreto com os potenciais de redução de emissões de CO2 e dos outros indicadores. 

Em nosso caso, usamos a norma europeia como referência, para  aplicar uma série de métricas, como a troca de cimento, a otimização do consumo de cimento, com uma ajuda extra com aditivos químicos, o uso de materiais reciclados, e o uso de energia renovável. A partir disso, o consultor ambiental processou todas as informações e conseguimos chegar a percentuais de redução dos indicadores ambientais no que diz respeito aos resultados obtidos em 2018. Esse roteiro é uma primeira lição que precisa ser atualizada constantemente, mas já é um segundo parâmetro de quanto e onde nosso setor poderia avançar. São conjunto de medidas que sugerimos aos nossos fabricantes associados que ao serem aplicadas podem ajudar na redução de CO2, objetivando sempre o ano de 2050.

Para dar respaldo para isso, desenvolvimentos uma ferramenta tecnológica, no qual os fabricantes diretamente podem acessar e introduzir uma série de dados, como consumo de energia, água, de matérias-primas, de geração de resíduos, que permite obter uma autodeclaração ambiental resumida, ou seja, qual é o conjunto de impacto ambiental normalizado. De tal forma, que mostra para as empresas de maneira individual e personalizada sua posição atual e onde ela pode chegar ao realizar mudanças e propor melhorais, reduzindo seu impacto ambiental. 

Ademais, a ferramenta é verificada pelo único organismo acreditador da Espanha, para dar mais confiabilidade para o trabalho. Também temos documentos técnicos distintos com toda a experiência acumulada para ser um referencial aos fabricantes; quatro cursos online relacionados à sustentabilidade; e outras duas ferramentas ligadas ao tema. A primeira estima vida útil das estruturas pré-fabricadas de concreto, a partir da norma estrutural espanhola. A segunda, que será lançada, vai permitir que as empresas possam ter um indicador de sustentabilidade, no sentido de que a empresa ao cumprir o maior número de requisitos da norma de estruturas, mais perto estará de atender os aspectos de sustentabilidade. Seria uma referência, um valor pelo qual as empresas podem, igualmente, introduzir melhoras para mostrar para seus cientes e para o mercado, e para quantificar seu grau de sustentabilidade na forma de proceder.

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