Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 27 - dezembro de 2022

ABCIC EM AÇÃO

Coletânea de Obras Brasileiras reúne em sua 2ª edição mais de 90 construções em pré-moldado de concreto

Solenidade de lançamento do livro contou com a participação de representantes de entidades setoriais, da indústria de pré-fabricados de concreto, de escritórios de projeto estrutural, de escritórios de arquitetura e da cadeia de fornecedores do setor


Akio Kasuga: “A remanufatura pode reduzir as emissões da fase de produto/materiais, porque o insumo está sendo reutilizado.”

Ele estimou que as tecnologias de baixo carbono serão viáveis, uma vez que os valores do crédito de carbono podem chegar no futuro a US$ 135/m³. “Essa tecnologia tem um custo, uma valor agregado importante, cujo valor pode subir ainda mais. Contudo, com o mercado de carbono, ele vai se pagar”, ponderou. Outras tecnologias apresentadas por ele foram as caldeiras abastecidas à hidrogênio e as fibras de aramida. Também trouxe algumas aplicações feitas pela Mitsui no Japão, em pontes e em edifício de múltiplos pavimentos.

Referente à fase de uso, Kasuga afirmou que é muito difícil fazer uma cálculo das emissões de carbono, devido às inúmeras variáveis do processo, incluindo as questões de manutenção. Entretanto, o uso de novos materiais e a construção modular podem reduzir a manutenção, o que auxiliaria na diminuição da pegada de carbono da edificação.

Na fase final do ciclo de vida da edificação, o presidente da fib comentou sobre a importância da economia circular das estruturas. “A remanufatura pode reduzir as emissões da fase de produto/materiais, porque o insumo está sendo reutilizado”. Ele trouxe alguns exemplos do uso da pré-fabricação de concreto e da construção modular com esse conceito.

Kasuga finalizou sua apresentação, trazendo alguns desafios para a área de pré-fabricado de concreto, a fim de responder a demanda pela neutralidade de carbono e para desenvolver novos mercados, como a transição até o carbono zero do cimento e do aço, a garantia de durabilidade desse material baixo carbono, criação de sistemas que permitam expandir e reduzir edifícios para ampliação do uso do sistema construtivo, implantação da remanufatura após a demolição, cura a vapor com concreto de baixo carbono e uso de energia renovável na produção.

O professor Paulo Helene, presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), também parabenizou a ABCIC pelos 20 anos e a engenheira Íria Doniak pela liderança e pelo reconhecimento internacional ao ser eleita vice-presidente da fib.


Paulo Helene: "Quando se trata de sustentabilidade, é relevante se pensar em toda a construção, mas  também é fundamental focar dentro de cada segmento"

Ele trouxe alguns cálculos que corroboram com a reflexão de Kasuga: uma casa de 90 m² pode emitir entre 9 a 10 toneladas de CO2, com o preço do CO2 na ordem de US$ 100 por tonelada, o pagamento será de US$ 1000. Isso significa que a construção pode ficar mais cara. Desse modo, na avaliação de Helene, é preciso ter investimentos que viabilizem o uso de novos materiais, que, atualmente, tem um custo por m³ de 3 a 5 vezes mais do que o concreto convencional. “Mas é possível, com investimentos, chegar a um custo competitivo”, afirmou.

Nós usamos cookies para compreender o que o visitante do site Industrializar em Concreto precisa e melhorar sua experiência como usuário. Ao clicar em “Aceitar” você estará de acordo com o uso desses cookies. Saiba mais!