Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Complexidade e ousadia marcam projetos homenageados no Prêmio Obra do Ano em Pré-fabricados de Concreto

O Comitê do Júri elencou nove obras que enfatizaram a vanguarda do sistema construtivo no país, mostrando todo o potencial da pré-fabricação em concreto para atender requisitos essenciais na construção civil e na infraestrutura, como qualidade, produtividade, eficiência, desempenho, segurança e durabilidade, para vencer o atual desafio de mitigar as mudanças climáticas

A industrialização está em evidência na construção civil, pelos inúmeros desafios que o setor precisa vencer nos próximos anos, como o aumento da produtividade, a escassez de mão de obra, maior durabilidade e desempenho dos projetos. Entidades setoriais, empresas e academia têm enfatizado que sem a industrialização não será possível elevar todos esses índices, tampouco poderá atender os aspectos de sustentabilidade. 

Esse cenário está expresso nas homenagens do 12º Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, uma iniciativa e realização da Abcic, que foi promovido no dia 29 de novembro, em São Paulo. Foram nove finalistas nas categorias Edificações, Infraestrutura e Pequenas Obras, que evidenciaram que o sistema construtivo está atendendo projetos arquitetônicos e projetos estruturais cada vez mais complexos e inovadores para beneficiar os ambientes construídos e a sociedade em geral. 

Nesta edição, a Arena MRV recebeu o Destaque do Júri, que é concedido pelo Comitê do Júri para obras excepcionais por sua magnitude ou complexidade, que se sobressai independente de sua categoria, sendo, portanto, o projeto de maior relevância no âmbito do Prêmio Obra do Ano. 

Situada em Belo Horizonte (MG), a arena multiuso conta com capacidade de 47 mil lugares, uma reserva de Mata Atlântica, uma esplanada externa e anel de distribuição das entradas da arena com aproximadamente 33 mil m², sendo dedicada à convivência, acesso e controle de torcedores, exposições, feiras, eventos e um espaço voltado para a comunidade com Academia, Centro de Línguas e um Núcleo de Atendimento à saúde da Família. O estacionamento coberto é formado por quatro pavimentos.

O projeto foi concebido dentro de conceitos modernos de arenas multiuso, com o desafio de concepção estrutural para atender o partido arquitetônico do projeto elaborado por Bernardo dos Mares Guia Farkasvölgyi, da Farkasvölgyi Arquitetos Associados, modelado em formas curvilíneas, preocupação acústica e ambiental. 

Destaque do Júri: 
Arena MRV

Localização: Belo Horizonte, Minas Gerais
Área construída: 185.655,19 m²
Construtora: Racional Engenharia | Reta Engenharia
Início da obra: Dezembro de 2020
Término da obra: Maio de 2022
Arquiteto: Bernardo dos Mares Guia Farkasvölgyi (Farkasvölgyi Arquitetos Associados)
Projeto Estrutural: Isnar Maia (Tech-Estrutural)
Empresa pré-fabricadora: Precon Pré-Fabricados
Volume de concreto pré-fabricado: 50 mil m³

Para atender as demandas do projeto, a Precon Pré-Fabricados desenvolveu, em conjunto com a Codeme a Tech-Estrutural, formas especiais para atender os quesitos mínimos de padronização, para ganhar produtividade, e aplicou alta tecnologia na fabricação dos elementos, perfazendo volume aproximado de 50 mil m³ de concreto, com traços específicos. A indústria conseguiu a rápida expedição e montagem dos elementos, utilizando gruas e guindastes de grande capacidade. O projeto estrutural é de autoria do engenheiro Isnar Maia, da Tech-Estrutural.

Bruno Simões Dias, diretor da Precon, destaca como desafios a grandiosidade da obra, a complexidade do ponto de vista de ligações com a estrutura metálica, o espaço reduzido do canteiro de obra e, principalmente, o ajuste logístico para atender as várias frentes de trabalho. “Um aspecto importante foi a segurança, pois a obra não teve nenhum acidente”, pontuou. 

Em sua avaliação, a industrialização foi fundamental para a realização da Arena MRV, uma vez que exigiu um planejamento assertivo por várias etapas da obra estarem acontecendo ao mesmo tempo, desde a terraplanagem até mesmo os acabamentos. “Foi um volume muito grande de produtos, que não eram padronizados. Cada viga jacaré tinha uma inclinação diferente, o que exigiu muito trabalho e precisão”, explicou.

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