Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 26 - setembro de 2022

ABCIC EM AÇÃO

Concrete Show traz principais novidades do setor e destaca a industrialização

A ABCIC contou com um estande institucional, que recebeu associados, fornecedores, clientes, e promoveu um seminário sobre viabilidade e avanços da pré-fabricação em concreto no Brasil e na América Latina, com a participação de quase 150 profissionais do setor

A primeira apresentação foi de Sciaraffia, que ressaltou que tudo que se constrói com concreto armado pode ser construído com o pré-fabricado de concreto. Ele comentou que se transformou em um entusiasta da pré-fabricação de concreto, após ter o desafio de realizar um projeto com o sistema construtivo. “Antes disso, por oito anos, apenas havia construído de forma convencional. Não havia visto a industrialização em concreto”, disse. 


Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC, e Fernando Dascola, Business Manager do Concrete Show

Após o contato com o projeto de um viaduto com o pré-fabricado de concreto, o engenheiro chileno afirmou que sua vida mudou e ele começou a encontrar muitos atributos da industrialização. E, desde então, ele segue utilizando o sistema construtivo em inúmeros projetos, desde obras de arte especial e de infraestrutura, passando por projetos de estádios, estacionamento, edificações e até casas, com a certeza de que entregará as obras no prazo, com rapidez e menor impacto ambiental. 

Ao longo de sua carreira, observou que existem muitas razões citadas pelos clientes, projetistas ou arquitetos para o não uso do sistema construtivo, incluindo aspectos técnicos, estruturais e administrativos, além de motivos pessoais, como “não funciona” e “não gosto”. “Somos os responsáveis por conhecer as dores de nossos clientes e mostrar que essas barreiras podem ser ultrapassadas. Mas, para isso, precisamos abordar a cadeia de valor”, explicou.

Ele ponderou que não há dúvida da eficiência, qualidade, resistência e durabilidade de uma obra em pré-fabricado de concreto. No Chile, por exemplo, existe um viaduto com mais de 20 anos, que passou por diversos terremotos e a estrutura se manteve firme, sendo utilizada até o momento. “Meu país é um laboratório natural para a aplicação das estruturas, pois temos muitos terremotos”, pontuou. 

Outro ponto tratado por ele é que o pré-fabricado de concreto é a solução para o déficit de habitação não só no Chile ou Brasil, mas em todos os países da América Latina. “Há casas 100% pré-fabricadas que podem ser montadas em 10 horas, ou seja, uma construção rápida e muito competitiva”, disse.  
Augusto Pedreira de Freitas lembrou que no Brasil 95% das construções residenciais são feitas no método convencional. Se a construção industrializada de concreto conseguisse pegar 10% dessa fatia de mercado, seria necessário, pelo menos, mais de dez fábricas com alto desenvolvimento tecnológico para atender essa demanda. Mas também pontou que o Brasil impõe desafios importantes como ter considerado este sistema inovador quando é aplicado há mais de 50 anos no país e as questões de falta de isonomia tributária, o que ainda restringe muito a aplicação neste segmento.

Sobre as diferenças na América Latina, o engenheiro chileno comentou que o Brasil e o México impulsionam a construção industrializada e lideram o ranking de desenvolvimento. “O Brasil está em uma posição de desenvolvimento muito alta, e precisa estimular a aplicação do sistema construtivo ainda mais. Acredito que o país deveria ter o mesmo nível de participação de mercado que existe no Chile, onde há maior aplicabilidade em sistemas habitacionais e mais diversidade de uso”, avaliou Sciaraffia, que ponderou que o Brasil possui uma ótima associação, a ABCIC e um alto nível de normalização. Ao visitar uma fábrica no Brasil, ele comentou que a planta é três vezes maior do que a maior indústria do Chile. “São dez plantas no Chile contra mais de 200, no Brasil. O nível mensal de produção é de até 2500 m³ de concreto em meu país”, explanou. 

Em sua avaliação, aumentar o uso da pré-fabricação de concreto é mostrar que existem diferentes graus de industrialização, o que facilita o entendimento por parte dos clientes. Destacou que saber a estratégia em função dos requisitos expostos do cliente é fundamental ao apresentar o leque de soluções pré-fabricadas. “Temos a certeza de que é um projeto rentável, reduzindo mão de obra, atendendo prazos, trazendo previsibilidade dos custos, mas não quantificamos seus benefícios”, ponderou. A seu ver, em termos de funcionalidade, material, tipologia e preparação do concreto, não há diferenças entre obras de concreto e obras com o pré-fabricado de concreto. Por isso, a pergunta não deve ser se vai usar o sistema construtivo, mas quanto vai ser pré-fabricado. 

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