ABCIC EM AÇÃO
A ABCIC contou com um estande institucional, que recebeu associados, fornecedores, clientes, e promoveu um seminário sobre viabilidade e avanços da pré-fabricação em concreto no Brasil e na América Latina, com a participação de quase 150 profissionais do setor
Para ele, é preciso tratar o pré-fabricado de concreto como solução e não um problema, pois o desempenho do sistema é melhor, uma vez que passa por um controle tecnológico e de qualidade nas fábricas. O único ponto de atenção, segundo sua análise, é em relação às ligações, que também precisam atender os requisitos de desempenho.
Nesse sentido, o engenheiro projetista de estruturas ponderou que não houveram tantos avanços nas ligações porque não houve uma continuidade do uso de painéis portantes em prédios. Assim, é preciso trabalhar as ligações caso a caso, realizando testes antes de serem incorporados aos edifícios, conforme preconiza a da ABNT NBR 16475 – Painéis de parede de concreto pré-moldado – Requisitos e procedimentos. Ele considera a norma conservadora e reafirma que precisa ser dessa maneira. A seu ver, um dos capítulos de destaque é a integridade estrutural, porque traz solução prática para o colapso progressivo.
De acordo com Freitas, há um projeto em Cascavel no Paraná, o Ecoparque, um bairro que será construído com pré-fabricado de concreto, incluindo o uso de painéis portantes, maciços e duplos. “A solução encontrada, que contempla também o drywall, teve o objetivo de buscar o equilíbrio financeiro. O painel maciço tem um custo maior de ligação, já o painel duplo tem um tempo maior de produção, mas menor gasto na indústria”, disse. Na parte interna dos apartamentos, haverá o uso de painel maciço, com benefícios de economia de peso, custo de material e de fabricação. Na periferia, o uso do painel duplo garantirá a impermeabilização do apartamento, e é vantajoso na questão de fissuras e penetração de água. Serão aplicadas pré-lajes rígidas nas edificações para que todos os painéis tenham a mesma deformação horizontal.
Para o projeto, o cliente está montando uma fábrica, que deve iniciar sua operação até o final do ano. “Será uma fábrica tipo carrossel, com robôs e um nível de definição altíssimo”, enfatizou Freitas, que complementou que a planta deve fazer 20 apartamentos com duas produções diárias. A seu ver, o início da obra pode ser uma virada no setor, uma vez que chamará atenção do mercado. “Vai ser uma linha de produção fantástica”.
Estande da ABIC movimenta a feira e Felipe Cassol, presidente do Conselho Estratégico, juntamente com a equipe e diretores, recebe associados e visitantes
Ao final do evento, houve um debate, com a abertura de perguntas aos participantes. Em uma das questões levantadas sobre tecnologia, a engenheira Íria comentou que competitividade da indústria passa pela tecnologia de concreto, os concretos de alta performance e leves pois questões de durabilidade aumentarão a vida útil e reduzirão o peso dos elementos, que é fundamental na logística em especial considerando os aspectos de desempenho e sustentabilidade. “Para 80% das empresas associadas, o concreto auto adensável é uma realidade. A indústria é pioneira no desenvolvimento tecnológico e tem um ambiente favorável para o uso e de novas tecnologias”, disse. Ela lembrou ainda que o Selo de Excelência ABCIC certifica as fábricas em quesitos como qualidade, segurança, desempenho e meio ambiente. “O que nos preocupa é quando se decide utilizar o sistema pré-moldado em canteiro sem a expertise da indústria. É preciso formalidade e aliar experiência a conformidade técnica”.