DE OLHO NO SETOR

“Toda a mistura foi feita em um misturador do tipo planetário com capacidade para 1,5m³, porém considerando a dificuldade de mistura do UHPC, ainda sendo introduzido na indústria,  foi definido um limite de 0,55m³ de UHPC por mistura, cada mistura levou em torno de 20 minutos, em seguida o concreto era transportado e lançado na forma imediatamente. Após o lançamento era aplicado um agente de cura em sua superfície e em seguida se iniciava o processo de acabamento. O concreto curava por 24 horas em temperatura ambiente, em seguida iniciava o processo de cura térmica a vapor por aproximadamente 8 horas”, explicou Luis André Tomazoni, diretor de Operações da Cassol Pré-Fabricados.

A utilização do UHPC teve como objetivo alinhar a inovação e a sustentabilidade. O principal desafio para a viabilização do UHPC, segundo Tomazoni, é o custo das matérias primas, que muitas vezes não são disponíveis localmente, exigindo o desenvolvimento de fornecedores que atendam tecnicamente as necessidades para confecção do concreto e financeiramente pela distância da planta produtiva. “Em sua maioria os materiais utilizados, não são os quais trabalhamos no dia a dia, com exceção do cimento”, acrescentou.  

Sobre a ideia de construir uma passarela para o Congresso, Tomazoni esclareceu que esse tipo de obra se destaca no uso do UHPC, além de a Cassol conhecer o local do evento. “Após a definição da estrutura, passamos para os seguintes desafios em sequência: entender a concepção, definir a geometria, as etapas de concretagens, as ligações, considerando que a estrutura foi dividida em três partes (duas laterais e uma base), os pontos de içamento, seu transporte e movimentação. Vale lembrar que todo este trabalho e criação foi desenvolvido junto à equipe do IBRACON”.

A passarela foi um dos destaques desta edição do Congresso Brasileiro do Concreto. “Consideramos este momento como um marco significativo e de muito valor. Este reconhecimento não apenas valida a nossa capacidade de inovar e desenvolver soluções com excelência, como também destaca nossa capacidade de abraçar desafios no avanço de tecnologias com novos materiais. Isto nos deixa muito orgulhosos, pois fortalece nossa reputação empreendedora de excelência técnica e compromisso com a qualidade, contribuindo para uma visão global de sustentabilidade que estará cada dia mais presente e necessária”, finalizou Tomazoni.

Para a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, a passarela foi o cartão de visitas, na recepção do Congresso. “Sem dúvida atraiu a atenção de todos os visitantes que por ela passavam já na entrada do evento. Foi uma excelente ideia do professor Paulo Helene, quando conversou comigo para identificar um pré-fabricador local e contar com o apoio da Abcic em seu desenvolvimento”, explicou. A passarela foi doada à cidade de Florianópolis, no parque Municipal do Córrego Grande. 

De acordo com Íria, por se tratar de uma montagem fora do local de uso definitivo da passarela, em termos de projeto ainda não foi explorada toda a capacidade de redução de volume para este tipo de estrutura. “Contudo, a partir do protótipo, estudos e avaliações estarão sendo conduzidos pelo professor Roberto Christ, com vistas a otimizações futuras”, comentou.