ACONTECE NO MUNDO

Se conseguíssemos ter esta percepção seria muito mais fácil entender, por exemplo, o ciclo de vida das estruturas de concreto, suas correlações com os requisitos de desempenho e sustentabilidade e “criar” mais do que estruturas viáveis do ponto de vista técnico ou econômico.
Nosso amigo e referência importante para o Brasil, Hugo Corres, costuma dizer que, quando pensa que criou algo, é porque não leu bem Torroja.
Em minha palestra no CONPAT, intitulada “O presente e o futuro das estruturas de concreto, sob a perspectiva da fib”, enfatizei o que entendemos ser o momento atual das estruturas de concreto e o futuro.
O foco atual está em projetar e construir para o desempenho das estruturas, possibilitando a redução das emissões de CO2, bem como a durabilidade e a resiliência. A proteção e a industrialização, como tecnologias e metodologias construtivas, avançam por meio de temas de produtividade e sustentabilidade, aliados à integração digital.
Os grandes desafios que norteiam o futuro residem na idade das estruturas, em especial da infraestrutura em grandes centros urbanos e na sua conservação. A urbanização com maior necessidade de espaços, a verticalização em cidades densamente povoadas, incluindo o “retrofit”. As estruturas são “resilientes” face às alterações climáticas, furacões, enchentes e sismos, e não por causa natural, mas, em alguns países, há que considerar conflitos geopolíticos e a reconstrução de cidades inteiras. Há ainda a escassez e falta de mão de obra qualificada.
Ao mesmo tempo em que se pensam estruturas mais resilientes, que significam maior robustez, há o tema da sustentabilidade e da materialização. Paradoxo ou oportunidade? Oportunidade, sem dúvida, em que o conceptual design, o momento da criação, exigirá ir mais além. Teremos cada vez mais que tratar dos dois aspectos. Como engenheiros e profissionais que repensam nossa visão e exploram estratégias inovadoras para atender às demandas globais. E nossas entidades têm um papel fundamental para, por meio da união, apoiar este momento e promover o desenvolvimento sustentável da engenharia do concreto.
Além destes momentos impossíveis de descrever, tive a oportunidade de encontrar brasileiros queridos, como professor Enio José Pazini Figueiredo, presidente da Alconpat Internacional, e ver nossos queridos amigos Paulo Helene e o Antônio Carmona, engenheiros especialistas em patologia das construções, serem homenageados durante o evento, por serem fundadores da entidade. A condução da homenagem ficou a cargo de Figueiredo, do diretor geral, Pedro Castro, e do diretor do Instituto Eduardo Torroja, Ángel Castillo Talavera.
Também nestes dias, estive no Fórum Técnico ANDECE 2025, interessante evento da Asociación Española de la Industria del Prefabricado de Hormigón (ANDECE), cujo tema central foi "Construção Sustentável, Construção Pré-fabricada". No primeiro dia do evento (23 de setembro), o fórum contou com uma sessão voltada à edificação, sendo realizado no Colégio Oficial de Arquitetos de Madri. Uma seleção de projetos com o pré-fabricado de concreto mostrou como o sistema construtivo desempenha um papel fundamental para a construção e engenharia.
Na ocasião, tive a oportunidade de reencontrar Alejandro López Vidal, diretor técnico da ANDECE, que participou em nosso Seminário do Congresso do IBRACON, em 2023, e Sonia Fernandez, diretora geral da entidade.