GIRO RÁPIDO
O tema construção industrializada foi destaque em duas ações da iniciativa Produtividade Do Mesmo Lado: o Webinar Dia Da Produtividade e o Prêmio Produtividade 2021.
O primeiro evento, promovido no dia 15 de outubro, reuniu renomados profissionais da construção civil para debater as contribuições da construção industrializada e foi acompanhado por mais de 100 pessoas. A engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, enfatizou que o setor não avançará em produtividade sem a industrialização, que é uma tendência mundial e que o Brasil precisa acelerar sua adoção. Ela ainda ressaltou que esse processo deve ser catalisado pela digitalização e pela transformação tecnológica no pós-pandemia e que as ferramentas da indústria 4.0 devem alavancar esse movimento no país.
O Webinar foi moderado pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), Rodrigo Navarro; e contou com três apresentações: a diretora técnica da ABRAMAT, Laura Marcellini, o diretor da Lucio Engenharia, Roberto Clara, e o diretor de Engenharia da UBRIC, Luiz Henrique Ceotto. Além de Íria, participaram ainda o presidente executivo da Drywall, Luiz Antônio Martins Filho, e o diretor executivo da Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem), Ulysses Nunes.
Laura tratou da atuação institucional da Abramat e das entidades envolvidas com o fomento à industrialização, como a Abcic. Nos últimos 10 anos, o grupo produziu em conjunto com outras instituições da cadeia produtiva, dados do setor, diagnósticos, identificação de barreiras como ambiente regulatório, tributação; conteúdos de capacitação e pleitos para as instituições públicas sobre temas importantes para todo o setor. “Trabalhamos em estudos e propostas para melhorar o ambiente da cadeia produtiva e incentivar a construção industrializada. Em breve, teremos novas propostas que serão publicadas após alinhamento com o governo e efetivamente colocados em prática”, disse.
Já Roberto Clara trouxe o case do Edifício Corporativo Dynamic Faria Lima, construído com estruturas pré-fabricadas de concreto, e comentou sobre o processo da Lucio em adotar a industrialização em seus projetos. “Essa obra conta com dez pavimentos, é um empreendimento moderno, com escritórios, rooftop, cobertura, e recebeu a certificação LEED Sustentabilidade. ”, disse.
Ao viabilizar o projeto com estruturas pré-fabricadas de concreto, foi possível eliminar tarefas, diminuir riscos e prazos, e ter um maior controle da execução de todas as fases da obra. Um detalhe importante é que o edifício não foi projetado em pré-fabricado de concreto, por isso precisou de elementos especiais para atender ao projeto arquitetônico. Mesmo assim, o prazo previsto para a obra que era de 150 dias, foram reduzidos a 90 dias no cronograma e realizados, efetivamente, em 76 dias.
“O prazo é importante porque diminui a exposição aos riscos, reduz custos indiretos e amplia as oportunidades de realizar outros negócios e a dedicação a outros projetos, uma vez que o tempo é o bem mais precioso que temos”, ponderou Clara, que acrescentou que para industrializar é preciso ter uma visão global de todo o empreendimento, com um planejamento macro, que contemple não apenas as fases de montagem, mas outras frentes de trabalho.
Segundo ele, as situações foram levando a construtora para a industrialização. Hoje, esses questionamentos trouxeram segurança e resultados econômicos à empresa, como por exemplo, menor prazo de execução; produção independente de condições climáticas; uso de mão de obra especializada; matéria prima selecionada; maior controle de qualidade na execução; maior qualidade e precisão geométrica; menor consumo de materiais e percentual de perdas; maior potencial de desconstrução e maior controle de custo.
“A produtividade não é tudo, mas no longo prazo é quase tudo. A capacidade de um país elevar a qualidade de vida ao longo do tempo depende quase inteiramente da sua capacidade de aumentar sua produção por trabalhador”, pontuou o diretor da Lucio Engenharia.