Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 25 - maio de 2022

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Construção modular acelera o cronograma das obras e reduz custos

Preparada para superar desafios técnicos, tecnológicos, arquitetônicos, logísticos, estruturais e de montagem, a construção industrializada de concreto no Brasil tem realizado projetos em diferentes áreas de negócios, agregando benefícios de ordem econômica, social e ambiental para construtoras, clientes e usuários dos múltiplos empreendimentos

Iniciada em meados do século XIX, a Revolução Industrial foi um divisor de águas para o setor da construção. Foi nessa época que se deu o desenvolvimento de novos materiais para atender as demandas das edificações e indústrias mais modernas. A industrialização permitiu ainda a criação mais rápida, eficiente e padronizada de elementos construtivos pré-fabricados. 

Nesse período, entre 1850 e 1851, foi projetada uma das primeiras edificações nos conceitos fundamentais da construção modular: The Crystal Palace, em Londres, que inspirou a construção de projetos ao redor do mundo, incluindo na cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, e a realização dos primeiros estudos quanto à adoção do módulo na construção civil, a partir da primeira metade do século XX. 

A construção modular envolve a produção de componentes padronizados de uma estrutura em um ambiente industrial para serem montados posteriormente no canteiro de obras. A fabricação pode ser de estruturas únicas com a utilização de ligações para união dos elementos até unidades volumétricas 3D com acessórios completos.

Esse tipo de construção foi importante no pós-guerra na Europa e nos Estados Unidos para a reconstrução rápida das cidades e para atender as demandas de habitação social. E, hoje, segundo o relatório da consultoria McKinsey & Company, “Modular construction: From projects to products”, passa por uma nova onda de atenção e investimento, devido às mudanças no ambiente tecnológico e econômico. 

O amadurecimento das ferramentas digitais mudou a proposta de construção modular, ao facilitar, por exemplo, o design de módulos, e otimizar a logística de entrega. “Talvez mais importante, vemos uma mudança de mentalidade entre os CEOs do setor de construção, já que muitos líderes veem disruptores baseados em tecnologia entrando em cena – e percebendo que pode ser hora de se reposicionar”, descreve a consultoria. 

A pesquisa quantificou que a construção modular já tem um sólido histórico de acelerar cronogramas de projetos entre 20% e 50%; e a possibilidade de gerar mais de 20% de redução de custos de construção. É estimado que o valor de mercado em novos imóveis pode chegar a US$ 130 bilhões na Europa e nos Estados Unidos até 2030. 


O edifício residencial multifamiliar com 8 pavimentos mais pilotis foi construído em Santa Barbara D`Oeste, interior de São Paulo, com o sistema carrossel

No Japão e nos países escandinavos, a construção modular tem uma posição sustentável, apontou o relatório. E, os associados da ABCIC comprovaram essa realidade, durante as Missões Técnicas promovidas pela entidade nessas nações. “Nas viagens internacionais, visitamos as indústrias de pré-fabricado de concreto e as obras com a utilização do sistema construtivo. Pudemos conferir o avanço tecnológico do sistema construtivo e como o Brasil tem o potencial de avançar ainda mais na construção industrializada de concreto”, afirma a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic e coordenadora das Missões Técnicas.

Dois pontos fundamentais trazidos pelo material da McKinsey são a adoção pela indústria de novos materiais e de tecnologias digitais para o aprimoramento das capacidades e da variabilidade do projeto, da precisão e da produtividade na fabricação das estruturas e a logística mais viável; e a busca das construtoras por sustentabilidade e estética quando se trata da construção modular. 

Além disso, o relatório avaliou que dois fatores serão determinantes para a adoção da construção modular: a demanda imobiliária e a disponibilidade e custos relativos de mão de obra qualificada para construção. “Em lugares como a costa oeste dos EUA, a parte sul do Reino Unido, a costa leste da Austrália e as principais cidades da Alemanha, a escassez de mão de obra e a demanda não atendida em larga escala por moradia se cruzam, tornando esse modelo particularmente relevante”.

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