Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 25 - maio de 2022

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Construção modular acelera o cronograma das obras e reduz custos

Preparada para superar desafios técnicos, tecnológicos, arquitetônicos, logísticos, estruturais e de montagem, a construção industrializada de concreto no Brasil tem realizado projetos em diferentes áreas de negócios, agregando benefícios de ordem econômica, social e ambiental para construtoras, clientes e usuários dos múltiplos empreendimentos

Por outro lado, alcançar os benefícios de uma construção modular requer a seleção cuidadosa dos materiais; projetar com a solução certa entre painéis 2D, módulos 3D e designs híbridos; e superar desafios de projeto, fabricação, tecnologia, logística e montagem. Somado a esses fatores está ainda as construtoras que precisam operar em um mercado onde se possa alcançar escala e repetibilidade. 

No caso do poder público, é possível incentivar a construção modular. Um exemplo são os países asiáticos que estão implementando políticas de incentivo para o uso da construção industrializada. A China, por exemplo, tem o objetivo de que os edifícios pré-fabricados respondam por mais de 30% dos novos projetos da construção até 2025. Com isso, a meta é que a quantidade de resíduos de construção nesses novos locais de construção seja inferior a 300 toneladas por 10.000 metros quadrados. Em 2020, os projetos de construção pré-fabricada cobriam uma área total de 630 milhões de metros quadrados, um aumento de 50% em relação a 2019. 

No Brasil, a construção modular tem sido utilizada em empreendimentos imobiliários e comerciais. “Especificamente sobre a industrialização na construção modular 2D, o interesse de investidores, empresários, construtoras e incorporadoras tem aumentado. Contudo, o Brasil ainda carece de um bom projeto de referência, que possa não apenas ilustrar, mas empregar de fato os benefícios dos sistemas industrializados em todo seu potencial”, afirma Wesley Gomes, diretor Geral da subsidiária brasileira da Vollert.

O Residencial Ecoparque pretende alterar o cenário dos projetos de moradia popular no Brasil, no que diz respeito ao grau de qualidade, velocidade e escala.

Em sua avaliação, ele pondera que a consolidação de normas nacionais, como a ABNT NBR 16475 – Painéis de Parede de Concreto Pré-moldado, da qual a ABCIC participou ativamente, tem contribuído para qualificação do material construtivo e desburocratização do setor, tornando ainda mais atrativas as iniciativas de industrialização da construção de edificações residenciais. “Caso o setor habitacional adote em definitivo a construção industrializada com pré-fabricados, isso representará um imenso boom para o setor, em termos de aumento de qualidade, redução de desperdícios, qualificação de mão-de-obra e velocidade construtiva, mas também para os fornecedores da cadeia produtiva”, explica. 

De acordo com Martin Maas, da Progress Group, a construção com paredes de concreto prepara o caminho das construções com elementos pré-fabricados 2D em concreto, pois o mercado brasileiro as utiliza pelo conforto e para não modificar paredes estruturais em reformas. Os painéis pré-fabricados em concreto com as mesmas características têm como vantagens a construção mais rápida, menos retrabalho ou assuntos pós-venda. “Futuramente os pré-fabricados poderão ser produzidos com isolamento termoacústico”, prevê. Contudo, a construção com parede de concreto não tem essa opção, caso não seja posteriormente aplicado na superfície externa uma proteção mecânica como placas de fachadas de alto custo.   

Na área residencial, um projeto que tem o objetivo de mudar o conceito de habitação popular no Brasil, ao promover o aumento de renda das famílias de menor poder aquisitivo, é o Residencial Ecoparque. Desenvolvido por empreendedores do estado do Paraná, está baseado em três pilares: industrialização, velocidade de implantação do projeto e preço do terreno.  

A industrialização da construção permitirá que os edifícios sejam construídos em ambiente fabril e produzidos em série, com rapidez e sem perda de materiais, para montagem no canteiro de obras. Os empreendedores enxergaram que o custo das edificações industrializadas e verticalizadas serão menores e a conclusão das obras mais rápidas. “Um prédio de 15 andares é erguido e coberto em apenas 30 dias e concluído 120 dias depois de iniciado. Cada “fábrica de prédios”, ao alcançar sua produtividade projetada, pode produzir ao mesmo tempo 20 edifícios de 15 andares, com 88 apartamentos, a cada 4 meses, ou seja, pode entregar cinco mil apartamentos por ano”.

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