Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 32 - agosto de 2024

ABCIC EM AÇÃO

Contribuição do NETPRE e das tecnologias em aço foram os destaques do Abcic Networking XVII convencionais

Logo após, Anthony de Oliveira, engenheiro de aplicação da Belgo Arames, afirmou que a contribuição da empresa para a construção industrializada passa pelo desenvolvimento de produtos para aplicações específicas, pela disponibilidade estável e regular de fornecimento de produtos críticos, e por viabilizar o desenvolvimento de soluções de engenharia pela diversidade de tipos, bitolas e classes de resistências disponíveis. “Desenvolvemos muitos produtos a pedido do setor de pré-fabricados de concreto”, pontuou. Entre as customizações citou: comprimento definido das bobinas e rolos, profundidade de entalhes em fios, no processo produtivo, no sentido da torção da cordoalha.

Ele trouxe cases da indústria de dormentes e no segmento eólico. No primeiro setor, era preciso eliminar o escorregamento dos fios e a consequente fissuração das peças, e reduzir as perdas com pontas dos rolos de fio. Para isso, a Belgo, alterou o processo de decapagem do fio máquina; rolos com comprimento definidos; determinou um entalhe específico para cada fábrica do cliente. Na segunda área, a demanda era diminuir perdas com pontas das bobinas não múltiplas do comprimento do tendão. Assim, foi desenvolvido um novo produto para atendimento ao projeto; ampliação da frequência dos ensaios de fadiga e relaxação; e fabricação de bobinas com comprimento múltiplo ao comprimento do tendão.


Marcelo Ferreira, coordenador do NETPRE, apresenta os avanços em pesquisas com lajes alveolares e sua contribuição para a normalização do setor no país

Em se tratando de desempenho, Oliveira ponderou que a frequência de ensaios varia conforme o projeto, mas alertou sobre a importância de se realizar ensaios complementares, como de relaxação, que é realizado com a frequência máxima de seis meses, alteração do processo produtivo ou conforme especificação do projeto. Comentou sobre a Ponte Koror-Babeldaob, em Palau, que entrou em colapso após a reforma, porque havia sido estimada uma perda de protensão da ordem de 10%, mas que após 18 anos, a perda foi de 50%. “De acordo com a norma, os ensaios de tração e de determinação do módulo de elasticidade têm que ser feitos a cada 30 toneladas no mesmo lote de produção”.

O ciclo de palestra do Abcic Networking XVII foi encerrado com o professor Marcelo Ferreira, coordenador do NETPRE, que completa 20 anos neste ano. Iniciou sua palestra rememorando sua participação no âmbito da Comissão 6 de Pré-Fabricados de Concreto da fib, desde 2007. A partir de 2008, se tornou representante da Abcic no Task Group 6.1 de Lajes Alveolares. Em 2000, a fib lançou o Boletim 6 com um guia de boas práticas em lajes alveolares a partir das experiências da FIP (International Federation for Pre-stressing), e desde 2006, está preparando um manual ligado a esse elemento, que deve ser publicado ainda neste ano. 


Integrantes da Abcic, com palestrantes e representantes dos patrocinadores ArcelorMittal e Belgo Arames

Segundo Ferreira, o longevo período de preparação do manual se justifica porque a equipe europeia que atua no TG também apoia a normalização naquele continente, além do que existiam questões que precisavam ser harmonizadas. Explicou ainda que na Europa as lajes são bi-apoiadas e que as estruturas verticais são contraventadas. “Embora seja bi-apoiada, há ligações entre os alvéolos para garantir o efeito diafragma”, pontuou. Em sua apresentação, trouxe alguns exemplos de preenchimento de alvéolos in-loco que estarão no manual da fib.

Sobre os avanços da normalização no Brasil, Ferreira contou o histórico de desenvolvimento da ABNT NBR 14861:2022 - Lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido - Requisitos e procedimentos, cuja primeira versão continha apenas cinco páginas, detalhando os requisitos do elemento.

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